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Olá...sejam bem-vindos ao Biamputado....um blog de solidariedade.

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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Fisioterapia 136º dia (30 - 06 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje voltei a ter um dia bastante preenchido, cansativo e com exercícios novos.

Comecei por descer a rampa e fui até à pedaleira de braços, coloquei a força quase no 5 e fiz 1000 pedaladas, ao contrário de ontem e apesar da resistência hoje ser maior, consegui aguentar muito melhor o esforço, a seguir fui até às barras para fazer treino de equilíbrio em cima da tábua de Freemen com a bola, fui mandando a bola contra a parede e segurava-a de seguida, até hoje o máximo de vezes que tinha conseguido mandar a bola sem me apoiar tinham sido 7, mas hoje consegui fazer 12 repetições, quando acabei este exercício agarrei numa canadiana e fui até ao corredor grande, ao chegar lá larguei a canadiana e comecei a andar sem apoios, entretanto a terapeuta chegou ao pé de mim com a bola e disse-me para a ir driblando até ao fundo do corredor, quando lá cheguei ela recordou-se do que tínhamos combinado ontem, que um dos primeiros exercícios de hoje seria dar a mesma volta de com que acabei o treino ontem, como já estava no fundo do corredor entrámos logo para a sala de espera do ginásio grande, ontem estava bastante desequilibrado por causa do cansaço, no entanto hoje percebi que o problema não era só esse, o facto de estar a passar por uma parte "estranha", por onde nunca passo, mexe bastante com o aspecto psicológico, o receio é maior e dificulta bastante na marcha sem apoios, de qualquer forma já correu melhor que ontem, mas ainda precisei de me apoiar várias vezes na terapeuta quando atravessei a sala de espera e o ginásio grande, ao chegar ao pátio e apesar do piso ser irregular, consegui andar melhor e apoiei-me poucas vezes, ali deu para perceber na perfeição que o aspecto psicológico faz uma enorme diferença, continuamos a seguir pelo nosso ginásio e pelos corredores, cada vez me apoiava menos na terapeuta, quando chegámos ao corredor grande a terapeuta levantou-me as calças até à zona dos joelhos, deu-me uma canadiana e, disse-me andar assim e fazer alguns exercícios, enquanto fazia isso ela esteve a ver se as próteses estavam direitas e a ver a mobilidade dos pés, estão bem alinhadas e os pés ainda cedem bastante, o que me ajuda principalmente em pisos irregulares, depois a terapeuta foi até ao ginásio e eu fiquei por ali a treinar.

Mais tarde quando a terapeuta voltou estiver a fazer os exercícios com a bola, comecei por dribla-la ao longo do corredor, primeiro com a mão direita, estava com algumas dificuldades para andar a direito, acabava por ficar muito encostado à parede, mesmo tentando-me afastar dela, foi nessa altura que fiz uma experiência, driblar a bola com as duas mãos, uma de cada vez, isso ajudou-me muito a andar a direito, a manter o equilíbrio e consegui andar por períodos mais largos sem me apoiar, a seguir fizemos outro exercício, a terapeuta ia à minha frente e mandava-mos a bola um para o outro, mas a bater primeiro no chão, este exercício correu bastante bem, no fim dele parei para fazer outros, com a bola nas duas mãos tive de rodar a bola à volta da cintura, a seguir rodei-a à volta da cabeça, depois estiquei os braços o máximo que conseguia e começava a baixa-los, mas sempre esticados e a segurar a bola, neste exercício para me manter equilibrado quando subia ou descia os braços acabava por fazer muita força na zona lombar/dorsal, era uma pressão enorme a fazia-me doer bastante aquela zona, por isso fiz poucas vezes, este foi o último exercício que fiz, agarrei depois na canadiana e fui até ao ginásio, já estava quase no início da visita médica e acabei por ali o meu treino.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, muito completo, cansativo, com exercícios novos e foi muito positivo. Muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Fisioterapia 135º dia (29 - 06 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje reforcei o enchimento que tinha feito ontem na prótese direita, consegui sentir muito bem a diferença e com isso acabei por fazer um treino extremamente cansativo e exigente.

Ontem tinha colocado uma pequena toalha dobrada em 4 para fazer o enchimento da prótese direita, como não tinha sido o suficiente hoje coloquei mais uma, senti logo que o vazio estava bem preenchido e fui para a fisioterapia. No hospital comecei por descer a rampa e fui até ao ginásio, a pedaleira de braços estava ocupada, por isso fui até às barras treinar o equilíbrio na tábua de Freeman e estive a fazer vários exercício, no primeiro apenas estive equilibrado em cima da tábua, a seguir a terapeuta deu-me a bola de futebol de praia para eu a enviar contra a parede, este exercício também foi feito em cima da tábua, não é simples, tive de me preocupar com o equilíbrio, enviar a bola contra a parede e segura-la de seguida, correu bastante bem e até cheguei a conseguir enviar a bola 7 vezes sem me apoiar uma única vez, a seguir saí de cima da tábua, e estive a andar com a bola nas mãos e os braços esticados para cima da cabeça, para este exercício a terapeuta também me tinha pedido para dar a volta dentro das barras, mas não é possível, as barras são estreitas e quando tentava dar a volta acabava por bater num dos lados, tirando isso o exercício correu bem, consegui atravessar as barras algumas vezes sem precisar de me apoiar, quando acabei os exercícios nas barras fui até à pedaleira de braços, coloquei a força um pouco a cima dos 4 e fiz 1000 pedaladas, acabei bastante cansado, muito mais do que o normal, possivelmente a frequência cardíaca estava muito elevada (embora não faça fisioterapia com o frequencímetro, uso-o em todos os treinos de ginásio e canoagem, por isso dá para ter uma noção) e fui descansar uns 5 minutos.

Após o descanso fui até ao corredor grande com uma canadiana, ao chegar lá larguei-a e fiz o corredor várias vezes sem apoios, entretanto chegou a terapeuta com a bola, deu-ma e eu tive de andar a dribla-la, comecei com a bola na mão esquerda, no início fui tendo algumas dificuldades mas aos poucos fui conseguindo e até melhorei em relação a ontem, quando cheguei ao fundo do corredor dei a volta e comecei a driblar com a mão direita, é ligeiramente mais fácil de controlar a bola e consegui andar um longo percurso sem me apoiar uma única vez, depois fizemos outro exercício, a terapeuta ia à minha frente e fomos passando a bola um ao outro, fiz o corredor para os dois lados, a seguir ela passou para o meu lado e começamos a fazer o mesmo exercício, mas desta vez os passes eram laterais, fomos assim até meio do corredor, nessa altura tinha de passar ao lado de outro amputado, mas como me sinto muito inseguro quando ando afastado da parede preferi continuar apenas a andar, sem fazer o exercício com a bola, a partir dali fui andando aos ziguezagues, atravessando o corredor de um lado para o outro várias vezes, curiosamente acabo por andar um pouco melhor se for afastado da parede, mas como me sinto muito inseguro prefiro não arriscar, no fim deste exercício a terapeuta foi até ao ginásio e eu depois de fazer mais duas vezes o corredor agarrei na canadiana e voltei para o ginásio, no entanto assim que estava a entrar no ginásio a terapeuta disse-me para não andar muito mais porque já ia-mos dar mais uma volta, larguei a canadiana e começamos a andar, fizemos os corredores pequenos, neles não precisei de me apoiar e fiz bem as curvas, no corredor grande fui sempre pelo lado direito, é tipo marquise, com vidros, alumínio e neste lado não tem corrimão, a meio já se notava bastante o cansaço, também começavam-me doer as costas e precisei de tocar nos vidros muitas vezes, a seguir atravessamos a sala de espera do ginásio grande, estava cheia de doentes e eu tive de passar mesmo pelo meio, é muito complicado, não consegui dar muitos passos sem estar apoiado na mão da terapeuta, passámos depois pelo meio do ginásio grande, nesta parte já me doíam bastante as costas, estava muito cansado e até já tinha dificuldade em avançar a prótese direita, saímos depois para o pátio e finalmente entrámos no nosso ginásio, cheguei ao fim completamente de rastos, já nem conseguia andar em condições e acabei por ali o meu treino.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, muito preenchido e extremamente cansativo, mas consegui fazer tudo, o enchimento da prótese direita ficou muito bom e ajudou-me a andar mais equilibrado. Muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

terça-feira, 28 de junho de 2011

Fisioterapia 134º dia (28 - 06 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Devido ao problema que me afectou o treino de ontem, a prótese direita estar a ficar muito larga, decidi improvisar um enchimento enquanto não volto à casa ortopédica.

Ao calçar as próteses em casa lembrei-me de colocar um enchimento na prótese direita, coloquei uma pequena toalha dobrada em 4 e fui assim para o Hospital, quando lá cheguei desci a rampa e fui até ao ginásio, ao chegar lá a pedaleira de braços estava ocupada, por isso estive a treinar o equilíbrio com a tábua de Freeman nas barras, foi um treino básico, apenas estive em cima da tábua, sem bola e sem fazer mais movimentos, estive por ali apenas uns 10 minutos, de seguida agarrei uma canadiana e fui dar uma volta, saí para o pátio, dei por lá uma volta e segui até ao corredor grande para andar sem apoios, no inicio tive algumas dificuldades em me adaptar à prótese direita por causa do enchimento que coloquei, estava a ser mais difícil avança-la e isso interferia com o equilíbrio, mas fui andando e quando estava quase a chegar ao fundo do corredor chegou lá a terapeuta com uma bola de futebol de praia, acabei por fazer o resto do corredor, dei a volta e fiz novamente todo o caminho até ao início do corredor, ao chegar lá a terapeuta deu-me a bola e eu tinha de dribla-la, como se fosse uma bola de basquetebol, era muito difícil coordenar todos os movimentos, ou me concentrava em andar ou então em driblar a bola, mas aos poucos fui conseguindo dar mais passos sem me apoiar e cheguei a fazer algumas séries de passos bastante razoáveis, com cerca de 20 a 30 pequenos passos, fiz todo o corredor para os dois lados e as curvas foram feitas com a bola na mão e consegui sem me apoiar, quando acabei esse exercício a terapeuta disse-me para ficar ali a descansar um pouco que ela ia até ao ginásio orientar os outros amputados.

Até à chegada da terapeuta estive a fazer um exercício de equilíbrio, rodar a bola à volta da cintura sem me apoiar, rodei-a 25 vezes para cada lado sem parar e sem me apoiar, de seguida comecei a andar com as duas mãos a segurar a bola, é muito mais difícil andar assim, os desequilíbrios são maiores, mas consegui fazer todo o corredor sem me apoiar, ao chegar ao fundo a terapeuta chegou lá e estivemos a fazer mais alguns exercícios, no primeiro a terapeuta ia à minha frente, mandava a bola contra o chão para depois eu a apanhar, depois eu fazia o mesmo, neste exercício dava um passo e tinha de parar, aos poucos a terapeuta foi aumentando o ritmo e eu tive de continuar sempre a andar, no segundo exercício ela continuava à minha frente, mas começámos a passar a bola directamente, sem bater primeiro no chão, no terceiro a terapeuta ia ao meu lado e passava-me a bola, eu também tinha de a ir passando para ela, este exercício já era mais difícil e por vezes aproximava-me tanto da parede que tinha de me apoiar, por último fizemos um exercício muito mais difícil e neste precisei de me apoiar várias vezes, tive de andar com a bola nas duas mãos, mas desta vez as mãos iam levantadas por cima da cabeça, o que dificultava muito mais, quando acabei este exercício agarrei a canadiana, fui até ao ginásio e ao chegar lá acabei o meu treino.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, o enchimento que tinha colocado na prótese direita ajudou um pouco no treino sem apoios, mas ainda não foi o suficiente, de qualquer forma o treino foi bastante positivo. Muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Fisioterapia 133º dia (27 - 06 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje começou mais uma semana de fisioterapia, o dia foi muito positivo e cansativo, para além disso também já começo a sentir que algo precisa de ser feito na prótese direita.

Comecei por descer a rampa e fui até à pedaleira de braços, coloquei a força no 4 e fiz 1000 pedaladas, a seguir levantei-me agarrei uma canadiana e fui até ao corredor grande, quando lá cheguei larguei-a e estive a andar sem apoios, fiz todo o corredor cinco vezes sem lhe tocar, à excepção das voltas que fiz sempre apoiado, na sexta vez que atravessei o corredor, ao chegar quase ao fim comecei a acelerar bastante, tentei abrandar e não consegui, acabei por ter de me apoiar no corrimão para conseguir voltar ao ritmo normal, a seguir fui até ao ginásio porque estava na hora da visita médica, mas aproveitei para treinar o equilíbrio nas barres, em cima da tábua de Freeman.

Quando a visita médica acabou fui até ao corredor grande, ao chegar lá voltei a largar a canadiana e comecei a andar novamente sem apoios, entretanto chegou lá a terapeuta e estivemos a fazer o mesmo treino que fizemos na sexta-feira, ela ficava à minha frente, passava-me a bola e eu passava para ela, isso sempre a andar e sem parar, fui conseguindo fazer esse exercício, mas com algumas dificuldades de equilíbrio, ao chegar ao fundo do corredor dei a volta para trás, mas precisei de me apoiar duas vezes no corrimão, a seguir fizemos novamente todo o corredor da mesma forma, mas fui-me desequilibrando várias vezes e sempre que isso acontecia tinha de me apoiar no corrimão, voltei novamente a dar a volta, mas desta vez com a bola na mão e não precisei de me apoiar, no exercício a seguir a terapeuta deixou de ir à minha frente para passar a ir ao meu lado e eu tinha na mesma de lhe passar a bola, este exercício era mais difícil, eu precisava de virar a cabeça para o lado, no entanto quando o fazia todo o corpo virava, perdia o equilíbrio e tinha de me apoiar logo, à medida que ia avançando fui melhorando nesse aspecto, mas também se foi notando cada vez mais um problema com a prótese direita, já tinha reparado na sexta-feira, mas hoje notou-se muito mais, já começa a ficar bastante larga, isso não ajuda nada no equilíbrio e no avanço da prótese direita, para além disso e como estava muito calor eu acabava por escorregar dentro da prótese, quando chegámos ao fundo do corredor dei mais uma vez a volta e fizemos outro exercício, neste a terapeuta também ia ao meu lado, mas já não me passava a bola, eu tinha de esticar o braço para a agarrar, enquanto a terapeuta ia colocando a bola numa posição diferente, mais à frente ou atrás, mais alta ou baixa, no início fui conseguindo, mas a meio já me tinha de apoiar em quase todos os passos, estava a escorregar cada vez mais dentro da prótese direita e também já estava muito cansado, pois era a décima vez que fazia todo o corredor, acabei por fazer o corredor até ao fim apenas a andar sem apoios e seguimos depois até à rua, lá voltei a andar sem apoios, mas nesta parte o piso é de alcatrão, não escorrega nada e era ligeiramente a descer, para além disso também não tinha um apoio sempre à mesma altura, o que dificultava bastante, este treino não correr nada bem, tive muitas dificuldades em tudo, apoiei-me muitas vezes e mesmo ao dar a volta para trás tive dificuldades, costumo rodar sobre a prótese direita, mas ali no alcatrão não conseguia rodar porque o piso era muito aderente, para acabar o treino fizemos o caminho até ao ginásio sem apoios e já lá dentro tive de passar por uma parte bastante estreita, acabou por correr bem e acabei o treino quando cheguei ao standing.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, os problemas com a prótese direita já me começam a afectar um pouco, por isso vou ter de falar com o técnico para se resolverem o mais rápido possível, tirando isso, o treino foi muito positivo. Muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Fisioterapia 132º dia (24 - 06 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Depois de um dia sem fisioterapia por causa do feriado, hoje até fui com mais vontade, o treino correu muito bem, fiz coisas que nunca tinha feito e não havia mesmo melhor forma de acabar esta semana de fisioterapia.

Comecei por descer a rampa e fui até à pedaleira de braços, coloquei a força no 4,5 e fiz 1000 pedaladas, a seguir levantei-me e fui até ao pátio, a terapeuta já lá tinha o circuito dos pinos montado, fiz o circuito duas vezes e fui até ao corredor grande, atravessando o ginásio e os corredores pequenos, quando lá cheguei larguei a canadiana e estive a andar sem apoios, fiz todo o corredor para os dois lados, já à muito tempo que não contava os passos que dava, foram exactamente 88 para cada um dos lados, mais dois do que tinha conseguido quando atravessei todo o corredor pequeno e fui até à rua com o estagiário à minha frente, a seguir fiz o corredor mais duas vezes com a terapeuta, mas de forma diferente, a terapeuta ia à minha frente e lançava-me uma bola, eu ia andando, agarrando a bola e enviava-a de novo para a terapeuta, sempre sem parar, na primeira tentativa tive de me apoiar três vezes no corrimão, na segunda também precisei de me apoiar três vezes, entretanto a terapeuta foi até ao ginásio e eu fiquei por ali a andar um pouco e a descansar.

Mais tarde agarrei a canadiana e fui dar um pequeno passeio até à porta do nosso pavilhão e até ao ginásio, quando lá cheguei a terapeuta disse-me para dar a volta e ir andando de novo para o corredor grande, foi o que fiz, quando lá chegamos a terapeuta disse-me que tinha de reduzir a número de vezes que toquei no corrimão, comecei a andar, a terapeuta ia-me passando a bola e eu passava-a para ela, sempre sem parar, estava a correr muito bem, mas uns 3 metros antes de chegar ao fim do corredor tive de me apoiar, foi a única vez que me apoiei, ao chegar ao fundo tive de dar a volta para trás, o corrimão estava do lado esquerdo e eu tinha de virar pela direita, não correu muito bem, precisei de me apoiar três vezes no corrimão, a seguir fizemos outra vez o corredor todo, mas desta vez consegui sem me apoiar uma única vez, voltei a dar a volta da mesma forma, mas estava muito perto da parede e acabei por não conseguir dar a volta sem tocar na parede, foi pena, estava muito seguro, confiante e equilibrado, se estivesse mais afastado conseguia, depois fizemos mais uma vez todo o corredor, voltei a não precisar de me apoiar, dei a volta também sem me apoiar e fizemos outra vez o corredor, mas desta vez a fazer outro exercício, sempre que a terapeuta me passava a bola eu parava, arrancava e passava-lhe a bola, o resto do tempo era sempre a andar, consegui fazer todo o corredor sem me apoiar uma única vez, somando tudo acabei por conseguir fazer todo o corredor, dar a volta e fazer novamente todo o corredor sem um único apoio, foi excelente, mais do dobro do que tinha conseguido antes e com a dificuldade de ir agarrando e passando a bola para a terapeuta, por último fomos até ao ginásio, também sem apoios, já me sentia muito confiante e muito seguro, fui andando muito bem, fiz a curva para o corredor pequeno sem qualquer problema, passei pelo meio das pessoas e só me apoiei na entrado do ginásio porque a porta estava fechada, depois da terapeuta abrir a porta voltei a andar, ela deixou de ir ao meu lado, nessa altura sentia-me completamente sozinho, mas continuei a andar muito concentrado, tive de fazer uma curva e passar por uma zona apertada ali dentro do ginásio, nessa altura a terapeuta já estava mais afastada de mim, fui-me desconcentrando um pouco, acabei por acelerar um pouco os passos, mas consegui ir até ao fundo e apoiar-me no standing, ao chegar lá acabei o meu treino.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, correu mesmo muito bem, fiz coisas que nunca tinha feito e andei mais do que nunca sem qualquer apoio. Muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Fisioterapia 131º dia (22 - 06 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje tive mais um dia positivo na fisioterapia, no entanto, e pela primeira vez tentei fazer uma coisa e não consegui.

Comecei o meu dia a descer a rampa e fui até ao ginásio, quando lá cheguei a pedaleira de braços estava ocupada e por isso fui até às barras treinar o equilíbrio em duas tábuas de Freeman diferentes, a primeira tem meia bola no centro da tábua, os movimentos são para todos os lados, nessa tábua apenas subi para cima dela e fui-me tentando manter equilibrado, no entanto era muito difícil e não devo ter aguentado mais de 3 segundos sem me apoiar nas barras, depois saí dessa tábua e subi para cima da outra, aquela onde treino habitualmente, onde os movimentos são só laterais, logo é muito mais simples equilibrar-me, nesta segunda tábua estive a treinar com a bola, enviando-a para a parede, no início estava a correr muito mal, tinha de me apoiar cada vez que enviava a bola contra a parede, mas aos poucos fui melhorando e cheguei a fazer várias séries de 4 e 5 vezes seguidas sem me voltar a apoiar nas barras.

Quando acabei o treino de equilíbrio agarrei uma canadiana e fui até ao corredor grande, quando cheguei lá a terapeuta disse-me para dar a volta pois íamos às escadas, dei a volta, fui até ao início da rampa e esperei ali pela terapeuta, ela tinha ido buscar dois amputados, quando eles chegaram começaram a subir a rampa, eu fui subindo atrás deles apenas com a canadiana e sem me apoiar no corrimão, seguimos depois para as escadas do Centro de Formação, eu fui o segundo a subir as escadas para o 1º andar, o primeiro patamar subi apoiado apenas no corrimão, os outros dois subi utilizando também a canadiana, a seguir desci apoiado no corrimão e com a canadiana, ao chegar ao fundo esperei que a terapeuta subisse com o outro amputado e que posteriormente os acompanhasse até ao ginásio, quando ela voltou fomos fazer uma nova experiência, descer as escadas para a cave utilizando apenas a canadiana e a parede, nestas escadas não há corrimão, por isso só podia mesmo de usar apenas a parede e a canadiana, no entanto nos dois primeiros patamares ainda deu para me ir apoiando em alguns relevos que a parede tem, no último patamar já não havia nada onde me pudesse apoiar, a parede a partir dali é lisa, o meu receio era muito grande, estava muito inseguro, consegui avancei a prótese direita e já só me faltava destrancar o joelho esquerdo para descer, mas pela primeira vez não o consegui fazer, tentei várias vezes e nunca consegui destrancar o joelho porque estava com muito receio que algo corre-se mal e caísse pelas escadas abaixo, acabei por me virar para trás e subir os dois patamares que tinha descido, para subir tudo correu bem, apenas preciso de um pequeno encosto na parede, um dedo chega para conseguir subir, saímos depois do Centro de Formação e desci a rampa só com a canadiana, sem me apoiar no corrimão, no entanto não foi nada fácil, tive muitos desequilíbrios, precisei de fazer muitas correcções e uma vez o joelho esquerdo destrancou de tal forma que pensei mesmo que fosse cair, mas consegui fazer o ajuste necessário e equilibrar-me novamente, a seguir entramos no nosso pavilhão, larguei a canadiana e fui até às barras no ginásio, pelo caminho não precisei de me apoiar muitas vezes na terapeuta, quando cheguei às barras acabei o meu treino.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, é certo que pela primeira vez tentei fazer uma coisa e não consegui, mas no geral foi bastante positivo. Muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

terça-feira, 21 de junho de 2011

Fisioterapia 130º dia (21 - 06 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje voltei a ter um excelente dia de fisioterapia, dei continuidade ao trabalho feito ontem e fiz novos exercícios de equilíbrio.

Comecei o dia a descer a rampa e fui até à pedaleira de braços no ginásio, coloquei a resistência quase nos 4,5 e fiz 1500 pedaladas, depois levantei-me e a terapeuta disse-me para me pôr ao lado do standing, larguei as canadianas e ela deu-me uma bola, a seguir tive de mandar a bola contra a parede, segura-la e dar um passo em frente, como estava perto da parede os passos tinham de ser pequenos e só dava para dar no máximo três passos, no início sentia-me inseguro, lançava a bola e quando dava o passo em frente tinha de me apoiar no standing, mas aos poucos fui conseguindo, e cheguei varias vezes a lançar a bola e a dar os passos de forma muito segura e equilibrada, estive a fazer este exercício durante uns 20 minutos.

Mais tarde fui até ao pátio com a terapeuta e outro amputado, nessa altura tentei fazer uma experiência, descer aquele degrau só com uma canadiana e sem me apoiar em nada, mas não consegui, necessitei de me apoiar na porta, fui depois até ao circuito dos pinos, como já o consigo fazer relativamente bem a terapeuta disse-me para o tentar fazer mais rápido, eu tentei, mas com uma canadiana não consigo andar mais rápido do que o que já ando (é devagar), fiz aquele circuito duas vezes e fui até ao corredor grande, como agora temos a porta para o corredor está fechada tive de dar a volta pelo ginásio e pelos corredores pequenos, quando cheguei ao corredor grande larguei a canadiana e estive a andar sem apoios, fiz o corredor quase todo, entretanto a terapeuta chegou ao pé de mim e disse-me para atravessar na diagonal o que faltava do corredor, ainda é muito difícil para mim e acabei por não conseguir atravessar até onde a terapeuta pediu, fiquei cerca de 1 metro atrás, segui depois até ao fundo do corrimão e tive de dar a volta para trás, mas ao contrário dos últimos dias, não foi praticamente parado no mesmo sítio, tive de usar todo o espaço que havia naquela zona do corredor, no início desequilibrei-me muito e tive de me apoiar várias vezes no corrimão, depois comecei a conseguir, com alguns desequilíbrios pelo meio e também me apoiei algumas vezes na mão da terapeuta, foram pequenos toques na mão dela, mas suficientes para me voltar a equilibrar, a seguir fizemos todo o caminho até à porta do ginásio, sempre sem nenhuma canadiana, apenas me ia apoiando na terapeuta quando necessitava, parámos à porta do ginásio para falar com o médico chefe, ele está muito apreensivo e receoso com este meu treino sem canadianas, tem receio que eu tente andar sem qualquer apoio e que caia, podendo-me aleijar bastante e estragar tudo o que tenho feito de positivo até aqui, eu compreendo os receio dele, no entanto sei que com este treino melhoro o meu equilíbrio e aumento a confiança, isso vai-me ajudar a andar só com uma canadiana e não vou necessitar de fazer tanto esforço com o pulso direito.

A parte final do meu treino foi nas barras, a treinar o equilíbrio na tábua de Freeman, subi para cima dela e estive-me a equilibrar sem nada nas mãos, entretanto a terapeuta deu-me a bola e fui fui fazendo alguns exercícios com ela, no primeiro fui rodando a bola à volta da cintura, consegui rodar 11 vezes sem me voltar a apoiar nas barras, a seguir levantei os braços com a bola e fui tentando olhar para cima, este exercício é muito mais difícil e aguentei poucos segundos, no outro exercício fui lançando a bola contra a parede, cheguei a conseguir lançar 5 vezes sem me apoiar, por último fui lançando na mesma a bola contra a parede, e quando a agarrava dava uma volta à cintura e lançava-a novamente contra a parede, neste exercício estava bastante equilibrado e consegui fazer tudo 6 vezes sem tocar nas barras, com o fim deste exercício acabei também o meu treino.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, muito positivo, consegui fazer tudo o que a terapeuta foi pedindo e já me vou sentindo mais confiante. Muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Fisioterapia 129º dia (20 - 06 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje começou mais uma semana de fisioterapia, mais uma vez de uma forma muito positiva e a fazer experiências novas.

Comecei o meu dia a descer a rampa e fui até ao ginásio, como a pedaleira de braços já estava ocupada fui até às barras treinar o equilíbrio, comecei na tábua de Freeman, inicialmente virado para o espelho e sem nada nas mãos e a seguir com a bola nas mãos, rodando-a à volta da cintura ou levantando os braços e rodando-a à volta da cabeça, quando acabei esses exercícios na tábua de Freeman continuei a fazer outros com bola, nessa altura a terapeuta estava ao pé de mim, eu tinha de dar um passo em frente, parar e passar a bola à terapeuta, a seguir ela passava-me novamente a bola e eu voltava a fazer o mesmo, dar um passo em frente, parar e passar-lhe a bola, no exercício a seguir coloquei-me de lado nas barras e com a bola nas mãos fui dando passos laterais até ao fundo das barras, nesse exercício não precisei de me apoiar nas barras, por ali ainda fiz mais um exercício, andar com a bola nas mãos, mas sem parar a cada passo.

No fim dos exercício nas barras fui até ao corredor grande com uma canadiana, quando cheguei lá levantei a canadiana e estive a andar sem apoios, consegui fazer todo o corredor e apenas necessitei de me apoiar uma vez, lá no fundo dei a volta e fiz todo o corredor novamente, ao chegar ao início a terapeuta chegou ao pé de mim, disse-me para largar a canadiana e tentar andar normalmente, fazendo os movimentos naturais que fazemos habitualmente com os braços, fui conseguindo sem grandes desequilíbrios raramente me apoiava no corrimão, ao chegar ao fundo do corredor a terapeuta disse-me para parar e dar a volta sem tocar no corrimão, mas acabei por não conseguir virar-me para trás sem tocar no corrimão, de qualquer forma consegui dar quase a volta completa sem me apoiar, a seguir voltei a fazer todo o corredor da mesma forma, mas não paramos por ali, estava na hora da visita médica e seguimos até ao ginásio, sempre sem canadianas e apoiando-me apenas na terapeuta quando me desequilibrava um pouco.

No fim da visita médica voltamos para o corredor grande e fizemos um exercício diferente, tinha de fazer todo o corredor mas aos ziguezagues, ou seja, tinha de atravessar o corredor de um lado para o outro, sem qualquer apoio ou algo onde me pudesse apoiar caso me desequilibrasse, estava com muito receio, a terapeuta ia ao meu lado e eu lá comecei a dar os primeiros passos, a primeira travessia correu muito bem, ao chegar ao outro lado apoiei-me na parede, virei-me para o outro lado e voltei a atravessar, fui fazendo isso até ao fundo do corredor e só por uma vez precisei de me apoiar de uma forma mais brusca, no fundo do corredor havia mais espaço e o corredor é mais largo, aí tive de o atravessar sem ser na diagonal, mas tive de parar sem me apoiar no corrimão, quando parei tive de me virar para trás, mais uma vez sem me apoiar, desta vez consegui, a seguir atravessei para o outro lado e voltei a parar sem me apoiar, mas desta vez já não me consegui virar para o lado, fiquei muito perto da parede, não tive espaço para dar a volta e não me consegui afastar dela sem me apoiar, segui depois pelo corredor até meio e parei lá a fazer alguns exercícios, primeiro apenas transferências de peso e a seguir com a bola, afastando-me da parede e enviando a bola contra ela, era muito difícil por causa da confiança, mas é muito bom, entretanto chegou a hora de vir embora, fiz o caminho para o ginásio com uma canadiana e acabei por ali o meu treino.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, muito positivo e com experiências novas que correram muito bem. Muito obrigado.

Norberto Mourão

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Fisioterapia 128º dia (17 - 06 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje foi o último dia de fisioterapia desta semana, por isso aproveitei para treinar bastante, para isso contribuiu bastante o facto de finalmente pudemos treinar novamente no corredor grande, onde treinei sobretudo a marcha sem canadianas.

Comecei o treino a descer a rampa e fui até à pedaleira de braços, coloquei a resistência no 4,5 e fiz 1500 pedaladas, ainda ponderei ir até às 2000, mas já havia outros amputados à espera para ir fazer o treino deles na pedaleira, a seguir levantei-me da cadeira e fui andar um pouco para o pátio com uma canadiana, dei por ali umas voltas, fui também até ao corredor e nessa altura estavam a abrir o corredor grande, já estava fechado à cerca de 6 meses por causa de uma obra no edifício do lado, obra essa que tinha fragilizado parte da estrutura daquele corredor, entretanto foi feita uma muralha de segurança e hoje reabriu, não quis ser o primeiro a passar por lá e por isso enquanto outro amputado foi até ao fundo eu fui dar uma volta pelo pátio, atravessei o ginásio e voltei para o início do corredor grande, fui até ao fundo dele e voltei para o início do corredor, nessa altura a terapeuta chegou ao pé de mim, retirou-me a canadiana e disse-me para andar sem apoios, comecei a andar com muito cuidado e apesar de vários desequilíbrios fui conseguindo dar bastantes passos, na única vez que os contei dei mais de 50 seguidos, atravessei o corredor três vezes e parei no fundo, a seguir a terapeuta disse-me para ficar parado e tentar rodar para o lado esquerdo sem tocar na parede ou no corrimão, na primeira tentativa não consegui, mas na segunda consegui dar meia volta, mas quando parei a terapeuta disse-me para continuar a rodar até ficar de frente para ela, o receio era muito grande e quando comecei tive de me apoiar uma vez no corrimão, mas a seguir consegui e fiquei de frente para ela, no entanto quando eu pensava que só precisava de rodar mais um pouco e me apoiar no corrimão ela disse-me para dar a volta para o lado direito, mais uma vez tive algum receio, mas acabou por correr bem e consegui sem me apoiar, depois seguimos em frente e fiz mais uma vez o corredor todo praticamente sem tocar no corrimão, a seguir a terapeuta foi tratar de outros amputados e eu ainda dei mais umas voltas por ali.

Mais tarde voltei para o corredor pequeno e a terapeuta aproveitou para ir comigo às escadas que existem ali, ela disse-me para tentar subir apenas com uma canadiana e sem me apoiar no corrimão, mas eu disse-lhe logo que não é possível, ela disse-me então para tentar meter apenas a prótese esquerda no primeiro degrau, isso eu consegui mas tive de ser muito rápido para me conseguir manter equilibrado, depois disso apoiei-me no corrimão e subi os degraus sem dificuldade nenhuma, para descer também foi muito simples, nessa altura chegou lá o técnico da casa ortopédica (Sr Paulo Castanheira da Magumbo) e esteve-me a fazer um pequeno ajuste no joelho da prótese direita, quando a estava a testar chegou o carro que me ia buscar e tive de acabar por ali o meu treino.

Foi assim o meu treino de hoje, mais uma vez muito produtivo, diversificado e com resultados muito bons. Bom fim-de-semana e muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Fisioterapia 127º dia (16 - 06 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje voltei a ter um dia muito produtivo, parte do treino foi igual ao de ontem e voltei a fazer algo que já não fazia à algum tempo.

Comecei o meu dia a descer a rampa e fui até à pedaleira de braços, coloquei a força no 4,5 e fiz 1500 pedaladas, a seguir levantei-me e fui até ao pátio, desci pelo degrau com as duas canadianas, encostei uma delas e fui para o circuito dos pinos, andei até meio e a terapeuta já não me deixou acabar, disse-me para ir com ela para um lado do pátio treinar o baixar e o levantar do chão só com uma canadiana, fiz o mesmo que tinha feito ontem, mas a terapeuta na descida meteu uma almofado por baixo do meu joelho esquerdo, assim não batia com força no chão e não voltava a furar as calças, a descida acabou por ser muito suave e nem precisava de almofada, já para subir tudo foi diferente, tentei fazer o mesmo que tenho feito, estiquei a prótese esquerda, apoiei a ponta do pé no chão e tentei fazer força contra o chão para depois me levantar, no entanto não foi isso que aconteceu, tentei várias vezes, o pé da prótese esquerda nunca chegou a prender no chão, fui rastejando para trás com os joelhos das duas próteses e numa das vezes bati com o joelho da esquerda com muita força no chão, até lá ficou uma marca azul da tinta das calças, como consequência destas tentativas falhadas fiquei com as calças cheias de pequenos furos (acho que não vou ganhar para calças), só me restava uma solução para me levantar, a ajuda da terapeuta, ela meteu o pé dela encostado ao pé da próteses esquerda, assim já não escorregava e consegui subir, no entanto o pé da prótese ficava em cima do pé da terapeuta, tive de passar todo o peso para o lado direito e retirei a prótese esquerda de cima do pé da terapeuta, depois disso levantei-me normalmente, fomos a seguir para outro lado do pátio treinar o equilíbrio afastado da parede, já à muito tempo que não treinava desta forma, estava muito inseguro e com dificuldade em encontrar um ponto de equilíbrio, quando finalmente consegui a terapeuta foi colocando uma bola em várias posições e eu tinha de lhe tocar, foi complicado mas aos poucos fui conseguindo, a seguir ela foi-me passando a bola, eu para lhe passar a bola tinha de esticar os dois braços e lança-la de cima da cabeça, era muito difícil, estava muito inseguro e uma vez estava mesmo a ver que me desequilibrava para a frente, mas acabei por me conseguir equilibrar, no fim do treino de equilíbrio a terapeuta deu-me a mão para eu andar sem apoios, nos primeiros passos apoiei-me na mão dela, mas aos poucos fui-a largando e atravessei todo o pátio sem me apoiar nela, na outra ponta tentei dar a volta para o lado esquerdo e quase que conseguia, só me faltou mais um passo, seguimos depois até à entrada para o ginásio e raramente toquei na terapeuta, para subir o degrau da entrada para o ginásio apenas me apoiei na porta, depois voltei a andar sem apoios, consegui fazer a curva para o lado esquerdo e fui assim até chegar às barras, nas barras estive pouco tempo a treinar o equilíbrio, estava bastante cansado e fui-me sentar na marquesa, entretanto começou a visita médica e acabei por ali o meu treino.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, muito intenso e no geral muito positivo. Muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Fisioterapia 126º dia (15 - 06 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Assim dá gosto ir à fisioterapia, tive um treino bem diferente do que tenho vindo a fazer, muito produtivo, com novas experiências e com uma enorme conquista.

Comecei o dia a descer a rampa e fui até ao corredor, comecei a andar por ali sem apoios e correu muito melhor que ontem, cheguei mesmo a dar vários passos sem qualquer desequilíbrio, entretanto o ginásio abriu e fui para a pedaleira de braços, meti a força nos 4,5 e fiz 1000 pedaladas, a seguir a terapeuta disse-me para ir até às barras treinar o equilíbrio na Tábua de Freeman e deu-me uma bola para a ir rodando à volta da cintura, fui conseguindo dar algumas voltas seguidas, depois ela disse-me para me virar para o espelho e para ir mandando a bola contra ele, nunca tinha tentado fazer aquilo antes, estava a ter bastantes desequilíbrios, mas aos poucos fui conseguindo mandar a bola e segura-la, no máximo consegui três vezes seguidas sem me apoiar nas barras, no fim deste treino saí da Tábua de Freeman e ainda com a bola nas mãos tinha de dar um passo em frente, parar e passar a bola à terapeuta, fomos fazendo isso muitas vezes, mas não estava a ser fácil, por isso a terapeuta disse-me para ir andando com a bola na mão mas sem a mandar para ela, tinha na mesma de dar um passo, parar e voltar a dar outro passo, esse exercício já correu melhor, no exercício a seguir tive de me meter de lado, levantar os braços com a bola nas mãos e andar de lado, para o lado esquerdo consegui sem precisar de me apoiar nas barras, já para o lado direito foi muito mais difícil e tive de me agarrar várias vezes nas barras.

Quando acabei o treino nas barras fui fazer outro treino, o de ir para o chão e levantar-me de seguida usando apenas uma canadiana, a terapeuta colocou um tapete de esponja no chão para os meus ténis não escorregarem e eu não me aleijar quando fosse para o chão, estava com algum receio, descer não me estava a parecer nada simples e estava com receio de cair, a única forma que eu vi para conseguir descer era da mesma maneira que consigo apanhar as coisas do chão, colocando a canadiana à frente, a prótese direita um pouco para trás e inclinando-me para a frente até apoiar a mão no chão, a seguir coloquei a outra mão e fui andando com as mãos para a frente até destrancar o joelho esquerdo e descer lentamente, para me levantar fiz o mesmo que faço dentro das barras mas também só usei uma canadiana, levantei-me ali três vezes e depois fui até ao pátio para tentar fazer o mesmo lá no meio, no piso irregular e sem nada por perto, ao chegar lá a terapeuta estava por perto, mas com outro amputado, a intenção era eu fazer tudo sozinho sem ninguém por perto, voltei a fazer o mesmo que tinha feito no ginásio, mas quando destranquei o joelho esquerdo ele acabou por descer mais rapidamente e até fiz dois pequenos furos nas calças, ainda assim correu bem a descida, o chão é que é muito duro, para subir também correu tudo bem e não precisei da ajuda de ninguém, quando fiquei de pé a terapeuta disse-me para meter a canadiana na altura certa (baixei-a um pouco para a descida ser mais simples), mas sem qualquer apoio, eu não estava a conseguir encontrar um ponto de equilíbrio, por isso ela teve de vir para perto de mim e segurar-me ligeiramente, mesmo assim não foi fácil e se demorasse mais algum tempo tinha-me desequilibrado muito, voltámos depois para o ginásio e acabei o meu treino a andar nas barras, sem qualquer apoio e com as mãos nos bolsos.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, muito produtivo e com experiências novas que são fundamentais para mim. Muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

terça-feira, 14 de junho de 2011

Fisioterapia 125º dia (14 - 06 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje foi o dia de regressar à fisioterapia depois dos feriados e do fim-de-semana, a nossa terapeuta também regressou das merecidas férias e por isso o meu treino já foi mais intenso e diversificado.

Comecei por descer a rampa e fui até à pedaleira de braços, meti a força no 4,5 e fiz 1000 pedaladas, custou-me bastante porque ainda ando cansado de todos os eventos em que participei nestes dias, a seguir levantei-me da cadeira e saí pela porta de acesso ao pátio, levantei uma e estive a andar um pouco com a bengala, esta terapeuta ainda não me tinha visto a andar assim, estive ali pelo pátio, fiz o percurso dos pinos sem problemas e voltei para o ginásio pelos corredores, entretanto a terapeuta disse-me para andar apenas com uma canadiana e para ir andando até à rua, fui até ao fundo da rampa juntamente com outros amputados e esperamos lá por ela, a seguir subi a rampa com a bengala para ela ver como subo, não correu tão bem como nas últimas vezes, seguimos em frente e eu fui apenas com a bengala, foi a primeira vez que andei apenas com a bengala sem uma canadiana levantada na outra mão, mas a terapeuta ia-me a acompanhar, fui assim até uma parte onde tinha de passar no meio dos carros, aí virei a moleta para fazer de canadiana e passei de lado pelo meio dos carros, no primeiro carro passei a andar com a prótese esquerda à frente e depois virei-me ao contrario para ir com a direita à frente, com a direita é muito mais difícil e cansativo, depois de passar pelo meio dos carros chegamos a uma rampa, subi-a sem grandes dificuldades, mas como já não treinar assim à quase três semanas custou-me mais a chegar ao cimo da rampa do que o habitual, para descer correu tudo bem, voltamos depois pelo meio dos carros, tive de andar sempre de lado, aí notou-se mesmo a falta de treino em situações destas, ao chegar depois à rampa para o nosso pavilhão a terapeuta queria que eu descesse sozinho, era algo que eu conseguia fazer, mas hoje disse-lhe para ir ao pé de mim, não me sentia nada seguro, comecei a descer, logo nos primeiros passos o joelho da prótese direita destrancou e eu tive de me apoiar no corrimão, a seguir troquei a canadiana para a mão esquerda e voltou a acontecer o mesmo, acabei por descer a rampa toda apoiado no corrimão, a seguir entrei no pavilhão e a terapeuta disse-me para largar a canadiana, para andar sem apoios, dei dois ou três passos sem problemas, depois desequilibrei-me e apoiei-me no corrimão, voltei a tentar e mais uma vez me desequilibrei, depois de passar a parte do corrimão as coisas ainda pioraram mais e tive de ir até ao ginásio sempre apoiado na mão da terapeuta, já à muito tempo que não me corria tão mal quando tentava andar sem apoios, a falta deste tipo de treino nas últimas semanas fez-me muita falta e isso hoje notou-se claramente, quando cheguei ao ginásio acabei o meu treino.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, teve momentos em que as coisas correram bem, mas outros que correram bastante mal, agora sei que o meu treino vai ser bem mais intenso e diversificado, por isso já vou mais motivado para a fisioterapia e de certeza que as coisas vão começar a correr muito melhor. Muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Fisioterapia 124º dia (09 - 06 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje foi o último dia de fisioterapia desta semana por causa dos feriados, foi por isso um dia em que aproveitei para fazer um treino ainda mais intenso.

Comecei por descer a rampa e fui até à pedaleira de braços, meti a força no 4,5 e fiz 1250 pedaladas a um ritmo muito forte, acabei muito cansado e fiquei sentado cerca de 2 minutos a descansar, a seguir levantei-me e fui andar só com a bengala, saí do ginásio e fui até ao pátio, no desnível para o pátio não tive nenhuma dificuldade, dei algumas voltas ali no piso irregular e também no circuito dos pinos que a terapeuta tinha feito, hoje não senti aquele desconforto provocado pela prótese esquerda e por isso pude treinar normalmente, a seguir dei mais uma volta até ao ginásio e regressei de seguida para o pátio, estava a conseguir avançar bem a prótese direita, os passos estavam a ser semelhantes e até estava a andar ligeiramente mais rápido, entretanto voltei para o ginásio para descansar um pouco.

O meu descanso foi nas barras em cima da tábua de Freeman a treinar o equilíbrio, primeiro estando apenas parado e depois com a bola, fui levantando os braços com a bola, rodando para os dois lados e também fui passando a bola à volta da cintura, depois saí das tábua de Freeman e estive a treinar o levantar do chão apenas com uma canadiana, nessa altura o médico chefe estava lá no ginásio e esteve-me a ver a levantar do chão, usei a mesma técnica que tenho usado nos últimos tempos, a terapeuta disse-me que o nome desta técnica é técnica do elefante, levantei-me três vezes e nunca me precisei de apoiar nas barras, para além disso já foi mais fácil manter o equilíbrio assim que fico de pé, agora só preciso de experimentar levantar-me fora das barras, ainda não fiz a experiência porque não é fácil ir para o chão de forma controlada, mas tenho de tentar um dia destes.

No fim do treino nas barras fui até à rampa, ao chegar lá fiquei apenas com a bengala na mão direita e fui fazendo a curva para a começar a subir, no início é complicado por causa do desnível lateral que ela tem, de qualquer forma consegui sem tocar no corrimão, no resto da rampa é mais fácil e acabei por subir sem problemas, para descer meti a canadiana na mão esquerda, até agora nunca tinha conseguido descer com ela na mão esquerda, mas hoje consegui, foi muito difícil e demorei muito tempo, mas nunca me apoiei no corrimão e nenhum dos joelhos destrancou, fiquei bastante satisfeito por ter conseguido sozinho, voltei depois para o ginásio com a bengala e antes que começa-se a visita médica dei mais uma volta até ao pátio e regressei, acabei depois o meu treino no fim da visita médica.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, estive sempre a trabalhar, no tempo que fui descansando aproveitei para fazer outro tipo de treino e consegui pela primeira vez descer a rampa com a canadiana na mão esquerda sem precisar de me apoiar no corrimão. Bom fim-de-semana e muito obrigado.

Norberto Mourão

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Fisioterapia 123º dia (08 - 06 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje voltei a treinar bastante só com a bengala e fui também à rampa, mas a meio foi tendo um pequeno problema que me condicionou o treino.

Cheguei ao hospital muito cedo, por isso fiquei a treinar no corredor enquanto o ginásio não abriu, pousei uma canadiana e estive a andar perto do corrimão sem apoios, já não andava ali à algum tempo, mas estava confiante porque quando ando com a bengala não faço muita força nela, tal como esperava, acabou por correr bastante bem, fiz aquela parte do corredor muitas vezes, não tive problemas em avançar a prótese direita nem em passar à frente da porta, os passos estavam a ser muito parecidos e não cheguei a fazer muitas acelerações provocadas por pequenos desequilíbrios, entretanto o ginásio abriu e eu fui até à pedaleira de braços, meti a força nos 4,5 e fiz 1250 pedaladas, nas últimas 250 acelerei bastante a velocidade e acabei muito cansado, no total foram mais de 15 minutos, depois da pedaleira de braços estive a andar com a bengala, fui até ao pátio pelos corredores e não tive problema nenhum em passar o desnível entre o corredor e o pátio, a seguir dei várias voltas ali no pátio, sempre com a preocupação de avançar bem a prótese direita e fui conseguindo, no entanto comecei a sentir um desconforto provocado pela prótese esquerda, ela estava ligeiramente rodada para fora e magoava-me na parte de trás, entretanto fui até ao ginásio para a rodar, depois de a rodar voltei a dar a volta pelos corredores até ao pátio, mas no piso irregular voltei a sentir o mesmo desconforto, ainda fui rodar a prótese mais uma vez, ficou um pouco melhor mas não estava como desejaria, por isso já não voltei para o pátio e fui até à rampa para a subir só com a bengala, consegui subi-la toda sem tocar no corrimão, para descer coloquei a canadiana na mão esquerda e comecei a descer, mas ainda no início da rampa o joelho da prótese direita destrancou ligeiramente e eu desci o resto apoiado no corrimão, a seguir voltei a subir outra vez, mas agora tentei subir mais rapidamente e sem pausas entre os passos, correu muito bem e fui bastante rápido, já para descer as coisas voltaram a não correr bem, o joelho direito voltou a destrancar ligeiramente quando ia quase a meio, precisei de me apoiar no corrimão e desci o resto da rampa assim, fui a seguir até ao ginásio e acabei por ali o meu treino.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, ficou um pouco condicionado por aquele problema na prótese esquerda, estava com receio de fazer uma bolha, mas felizmente não fez nada, amanhã espero que esteja melhor. Muito obrigado.

Norberto Mourão

terça-feira, 7 de junho de 2011

Fisioterapia 122º dia (07 - 06 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje foi mais um dia em que treinei muito, voltei a andar com a bengala e também voltei a tentar-me levantar do chão apenas com uma canadiana.

Comecei o meu dia a descer a rampa e fui até à pedaleira de braços, meti a força no 4,5 e fiz 1500 pedaladas, foram quase 20 minutos sem parar, quando terminei estava bastante cansado, tanto que ao levantar-me da cadeira cheguei a meio e voltei-me a sentar porque perdi a força, descansei um minuto e já me levantei bem, de seguida saí para o pátio com as duas canadianas e fiz as trocas para andar com a bengala, a terapeuta preparou um circuito com os pinos e eu estive a fazer o circuito várias vezes, a seguir voltei para o ginásio pelos corredores, ao chegar lá dei a volta e fiz novamente todo o percurso até ao pátio, dei mais umas voltas no circuito dos pinos e voltei para o ginásio, durante todo o tempo estive a tentar avançar bem a prótese direita e em grande parte consegui.

No ginásio fui até às barras para voltar a treinar o levantar do chão só com uma canadiana, usei a mesma técnica que usei nas últimas vezes, meti-me de joelhos, coloquei as mãos no chão com uma canadiana no braço direito, a seguir estiquei a prótese esquerda de forma a apoiar a ponta do pé no chão, depois fiz força para trás de forma a trancar o joelho e fui andando com as mãos para trás até me levantar a ficar com as mãos no chão, nessa altura pousei a canadiana no chão, no entanto ela estava muito alta e tive de a apoiar mais longe, felizmente ali tinha um apoio fixo onde a meter, mas na rua isso pode não acontecer e é algo que não me posso esquecer, a seguir fiz força na canadiana e levantei-me, mas ao ficar de pé tive de me apoiar nas barras, na segunda tentativa ajustei logo a canadiana e voltei a fazer o mesmo processo, desta vez correu tudo normalmente e só quando me levantei é que me voltei a apoiar nas barras, ainda me levantei mais duas vezes, nelas não cheguei a precisar de me apoiar nas barras e até já comecei a dar impulso para me levantar, se conseguir dar um bom impulso poderá ser que me consiga levantar sem qualquer apoio, depois de me levantar a ultima vez já não fiz mais nada e acabei o meu treino.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, hoje optei por não arriscar a andar com a bengala na mão esquerda, mas andei muito mais tempo e o esforço acabou por ser menor, também voltei a treinar o levantar do chão e já se notam bem as melhorias, tanto a nível do tempo que demoro como do esforço que preciso de fazer. Muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Fisioterapia 121º dia (06 - 06 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Mais uma semana de fisioterapia, esta vai ser mais curta por causa do feriado de sexta-feira, por isso tenho de a aproveitar bem, foi o que comecei a fazer hoje, quase não parei, treinei bastante apenas com a bengala, voltei à rampa só com ela e ainda tive tempo para fazer uma nova experiência que ia correndo mal.

Comecei a dia a descer a rampa e fui para a pedaleira de braços, meti a força no 5 e fiz 500 pedaladas, a seguir levantei-me, virei a canadiana do lado direito para fazer de bengala, levantei a do lado esquerdo e fui dar uma volta ali pelo nosso serviço, saí pela porta, virei à direita e fiz os corredores até à porta para o pátio, ao chegar lá também chegou a terapeuta para me chamar, os médicos já estavam no ginásio para a visita médica, fui na mesma pelo pátio e tentei descer apoiado apenas na bengala, mas não consegui, precisei de fazer um pequeno apoio com a canadiana do lado esquerdo, depois atravessei o pátio sem dificuldades, subi o degrau para o ginásio com as duas canadianas e sentei-me numa cadeira.

No fim da visita médica voltei a dar mais uma volta, saí pela porta do ginásio, fiz os corredores e consegui passar muito bem aquele desnível para o pátio, a seguir dei várias voltas ali no piso irregular e fui pedir à terapeuta para fazer um circuito com os pinos, ela fez um com várias curvas, fiz o circuito três vezes, sem nenhum desequilíbrio e da mesma forma que fazia só com uma canadiana, o que quer dizer que já me sinto bastante confiante e que tenho vindo a melhorar bastante, entretanto decidi fazer uma nova experiência, trocar a bengala para a mão esquerda e levantei a canadiana da mão direita, sentia-me muito inseguro, mas comecei a andar, no entanto ao fim de alguns passos desequilibrei-me bastante, tentei apoiar a bengala num ponto que me daria o equilíbrio que precisava, mas a bengala foi mais para a frente e eu desequilibrei-me ainda mais, nessa altura apoiei a canadiana da mão direita no chão, acabei por me conseguir equilibrar e voltei para o ginásio com as duas canadianas.

Depois de descansar um pouco fui até à rampa só com a bengala na mão direita e a canadiana da mão esquerda levantada, ao chegar lá encostei a canadiana, tentei subir a rampa só com ela e sem me apoiar no corrimão logo no início, onde a rampa é mais inclinada, acabei por conseguir fazer a curva sem tocar nele e subi toda a rampa sem me apoiar, lá em cima dei a volta, meti a canadiana na mão esquerda e comecei a descer a rampa muito lentamente, no início correu tudo bem, mas antes de chegar a meio o joelho da prótese direita destrancou ligeiramente e isso desequilibrou-me, apoiei-me no corrimão e desci o resto da rampa apoiado, fiz a seguir o caminho para o ginásio e acabei por lá o meu treino.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, a evolução só com a bengala tem sido bastante positiva e já me sinto confiante para começar a tentar andar só com ela, sem a canadiana da mão esquerda levantada, hoje também tive aquele susto, mais um para juntar aos outros que já tive, mas felizmente nunca caí. Muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Fisioterapia 120º dia (03 - 06 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje foi o último dia de fisioterapia e como habitualmente faço à sexta-feira, foi um dia de muito trabalho em que tentei fazer coisas novas e consegui.

Comecei por descer a rampa e no fundo estavam outros amputados, um deles tem umas canadianas com amortecedores, eu pedi-lhe para me deixar experimentar as canadianas, pois nunca tinha experimentado umas daquelas, subi a rampa com elas, mas sentia-me tão inseguro que estava a alargar muito a minha base sustentação, assim como a base das canadianas, para descer também era muito difícil e cheguei ao fundo com os pulsos cansados, depois sentei-me numa das cadeiras que lá estão e ficámos ali até ao ginásio abrir.

Quando o ginásio abriu fui até à pedaleira de braços, meti a força ligeiramente acima dos 4.5 e fiz 600 pedaladas, entretanto e sem parar, reduzi a força para um pouco abaixo dos 4.5 e fiz até aos 1000, no total demorei 12m50s, a seguir levantei-me, coloquei a canadiana direita como bengala e levantei a esquerda, dei uma voltinha ali dentro do ginásio e saí pela porta, segui pelos corredores e fui em direcção ao pátio, ao chegar ao desnível do corredor para o pátio e terapeuta estava ao pé de mim e eu disse-lhe que ontem não me tinha sentido confiante para o descer apenas com a bengala, nessa altura ela aproximou-se mais e disse-me para tentar, foi o que fiz com muito cuidado e acabei por conseguir sem qualquer desequilíbrio, depois andei ali pelo pátio juntamente com outro amputado, ele ainda está numa fase muito inicial, ainda anda com uma ortoprótese e com muito cuidado, de qualquer forma eu com a bengala ainda ando mais devagar, fui-me concentrando essencialmente no tamanho dos meus passos e no avanço da prótese direita, aos pouco fui conseguindo melhorar a minha marcha, voltei para o ginásio e ao chegar lá a terapeuta disse-me que tinha estado a observar-me e deu-me os parabéns porque estava a melhorar muito, nessa altura estava um pouco cansado e para descansar fui até à barras, estive a treinar o equilíbrio em cima da tábua de freeman, inicialmente sem nada nas mãos e mais tarde com uma pequena bola, rodando-a à volta da cintura e também elevando os braços o máximo que conseguia, por último, saí das barras e fui até à rampa com a bengala e a canadiana levantada, ao chegar lá decidi arriscar um pouco e subir a rampa apenas com a bengala, comecei a subir da mesma forma que faço só com uma canadiana e até correu melhor, cheguei ao cimo sem estar cansado e sem me doerem as costas, para descer virei a canadiana, deixou de funcionar como bengala e passou a funcionar como canadiana, meti-a no braço esquerdo e comecei a descer, até aqui nunca tinha tentado descer só com uma no braço esquerdo, fui andando lentamente, cada passo não devia ter mais de 5cm, desci até meio e nessa altura o joelho da prótese esquerda destrancou mais do que eu estava à espera, senti-me inseguro e desci o resto da rampa apoiado no corrimão, segui depois para o ginásio e acabei por lá o meu treino.

foi assim o meu dia de fisioterapia, praticamente não parei, treinei muito só com a bengala, também treinei bastante o equilíbrio e finalizei e grande quando subi a rampa só com a bengala. Muito obrigado a todos e bom fim-de-semana.

Norberto Mourão

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Fisioterapia 119º dia (02 - 06 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje voltei a dar seguimento eu meu treino com a canadiana ao contrário, fazendo de bengala e treinei também o equilíbrio em conjunto com outros amputados, fizemos um jogo com bola mas acabou de uma forma inesperada.

Comecei por descer a rampa e fui até ao ginásio, sentei-me na cadeira da pedaleira de braços, meti a força no 4, aos poucos foi subindo até aos 4.5 e fiz 1500 pedaladas, a seguir levantei-me, virei a canadiana do lado direito para fazer de bengala, levantei a do lado esquerdo e estive a andar assim, percorri os corredores e fui até ao pátio, ao sair do corredor para o pátio tem um pequeno desnível, não me sentia seguro para o descer conforme tinha vindo a andar até ali e por isso pousei a canadiana da mão esquerda, depois voltei a levanta-la e andei por ali um bocado, voltei a seguir para o corredor, desta vez consegui subir apenas apoiado na bengala, o que acabou por ser fácil, entretanto continuei pelo corredor até ao ginásio, aos poucos me vou sentindo mais confiante e até já consigo avançar a prótese direita para a frente da esquerda, fiquei depois a descansar um pouco.

Alguns minutos mais tarde voltei a dar a mesma volta até ao pátio e no desnível para o pátio voltei a apoiar a canadiana da mão esquerda, no pátio estavam mais amputados, todos já com as suas próteses, a terapeuta deu-nos uma bola para passarmos de uns para os outros, eu sou o que tem uma situação mais complicada, o único biamputado daquele grupo e por isso o que tem mais dificuldade em se equilibrar sem qualquer apoio, estive a ver qual era o melhor sítio para mim, era ao lado de um dos bancos e o piso era mais direito, fui para lá e tentei-me equilibrar, no início disse-lhes para não me passarem a bola, estava a ter muita dificuldade para me sentir seguro, depois consegui encontrar o meu ponto de equilíbrio e pedi para me passarem a bola, fui conseguindo manter-me equilibrado e passar a bola para eles, estivemos por ali a jogar até a bola cair no chão, nessa altura um dos amputados deu um ligeiro pontapé na bola (de borracha com bicos), seria apenas para a bola subir e a apanharmos, no entanto a bola foi para cima do telhado do corredor(equivale a um r/c) e acabou por cair num quintal, tivemos de acabar assim o nosso jogo e voltámos depois todos para o ginásio, entretanto chegaram os médicos para a visita médica e acabei depois o meu treino no fim da visita.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, tenho vindo a evoluir bem no treino com a bengala e aos poucos também vou conseguindo corrigir os erros que já fazia apenas com uma canadiana. Muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

Acerca de mim

Lisboa/ Vila Real, Camarate/ Mondrões, Portugal
Como já se aperceberam, a minha situação infelizmente é muito complicada, tenho um longo e árduo caminho pela frente, caminho esse cheio de grande dificuldades, não só a nível físico como também financeiro, por isso peço ajuda a quem estiver interessado em contribuir com alguma coisa, por pouco que seja, para esta minha nova realidade...