Olá a todos os visitantes do "Biamputado".
Hoje voltei a ter um dia cheio de trabalho na fisioterapia, fui fazendo muitos exercícios e pelo meio tive um pequeno percalço que me "obrigou" a fazer o que nunca tinha feito sem ninguém por perto.
Comecei o dia a descer a rampa e fui até ao ginásio, voltei a começar nas barras, agarrei na bola e fiquei de frente para a parede, a cerca de 50cm, para a seguir mandar a bola o máximo que para cima e contra a parede, a esta distância os desequilíbrios são mais frequentes, mas consegui fazer o exercício bastante bem, a seguir agarrei na tábua de Freeman e também estive a mandar a bola contra a parede, hoje cheguei a conseguir mandar a bola 20 vezes seguidas sem me apoiar uma única vez, depois saí de cima da tábua de Freeman e fiz outro exercício, juntei as próteses o máximo que conseguia e fui dando um pequeno passo para a frente e para trás, este exercício correu muito bem, entretanto a terapeuta disse-me para sair das barras e ir para junto da parede, para fazer aquele exercício de me desencostar da parede, tendo os pés para a frente, o rabo para trás e desencostar-me sem me apoiar em nenhum lado, consegui muito bem, mas meti o andarilho à minha frente para evitar alguma possível queda, a segui fui até ao corredor grande, quando lá cheguei estive a andar sem apoios durante algum tempo, depois a terapeuta chegou lá e levou-me a bola para eu a driblar enquanto andava, fiz o corredor todo para os dois lados e só me apoiava quando dava a volta, quando estava a atravessa-lo pela terceira vez tive um pequeno percalço, ao chegar quase ao fim a bola bateu na ponta do pé direito e foi parar ao outro lado do corredor, já estava na parte mais larga do corredor, não havia por ali ninguém e eu não tinha forma de chegar à bola, por isso ou continuava sem a bola ou tinha de atravessar o corredor sozinho e sem apoios, foi o que decidi fazer, era muito arriscado porque estava completamente sozinho e se me desequilibrasse não tinha onde me apoiar, concentrei-me e comecei a andar, consegui atravessar para o outro lado sem problemas, foi a primeira vez que consegui sem ninguém por perto, a seguir não me senti confiante para o passar novamente, por isso fui andando com a bola na mão direita e com a esquerda apoiado na parede, fiz todo o corredor, quando cheguei ao fundo mandei a bola para cima das cadeiras de rodas e a seguir atravessei o corredor para o outro lado, mais uma vez sozinho, sem ninguém por perto, entretanto a terapeuta chegou lá e eu disse-lhe o que tinha acontecido, nessa altura ela disse-me para voltar a atravessar o corredor, mas desta vez fiz todo o corredor aos ziguezagues, a atravessá-lo para os dois lados, as curvas pela primeira vez neste exercício consegui fazer-las sem me apoiar no corrimão ou na parede, quando cheguei ao fundo a terapeuta mandou-me parar no meio do corredor, na parte mais larga e dar uma volta de 360º, dei-a para a esquerda e para a direita, a seguir ela disse-me para ficar ali parado e tentar aguentar o máximo sem me apoiar em lado nenhum enquanto ela ia ao ginásio, consegui, mas quando ela chegou a minha postura já era muito incorrecta, as costas já estavam bastante dobradas, depois começamos a andar pelo corredor e eu tinha de ir parando quando ela me dizia, fizemos todo o corredor grande a fazer esse exercício, no pequeno tive de parar no meio a fazer aquele exercício de juntar as duas próteses e dar um pequeno passo para a frente e para trás, da mesma forma que faço nas barras, mas ali só tinha o corrimão e não lhe podia tocar, acabei por conseguir fazer, a seguir dei a curva e fizemos aquele pequeno corredor para os dois lados, voltei a dar a volta, entrámos para o ginásio e fui logo para o degrau que dá acesso ao pátio, fiquei por ali durante bastante tempo a tentar subir o degrau sem me apoiar em lado nenhum, voltei a não conseguir nenhuma vez, mas hoje consegui dar um impulso muito maior e já me sentia mais confiante, alguns minutos depois a terapeuta disse-me para tentar descer, como estava no lado direito da porta, tinha de descer apoiando-me com a mão esquerda e tinha espaço para afastar a prótese direita e apoia-la no chão, mas quando tentei no lado direito já não consegui, experimentei de várias formas e não deu, precisava de conseguir descer de frente e destrancar o joelho, da mesma forma que desço com as duas canadianas, mas não me sinto seguro para fazer sem nenhuma, por último a terapeuta fez-me uma "maldade" muito grande, fez-me ir até à parte do Standing sem canadianas, mas ela fez questão e juntar várias cadeiras de rodas, para eu ficar com uma passagem muito apertada, os pés das prótese ficavam mesmo encostados dos dois lados, para além disso não era a direito, tinha de fazer duas curvas no meio, ela foi andando à minha frente, eu fui andando muito devagar, sempre com muito cuidado para não bater nas cadeiras e acabei por conseguir passar tudo, assim que acabei de passar ela disse-me para dar a volta e voltei a ter de passar tudo novamente, mais uma vez consegui passar e com esta "maldade" da terapeuta acabei o meu treino.
Foi assim o meu dia de fisioterapia, muito exigente, cheio de exercícios, em cada exercício já dá para se ver o quanto tenho evoluído desde que o comecei a fazer até agora e foi também um dia com mais uma grande conquista. Muito obrigado a todos.
Norberto Mourão
Sejam bem-vindos!
Olá...sejam bem-vindos ao Biamputado....um blog de solidariedade.
Pretende-se torna-lo um espaço de esperança para com todos que passaram, passam ou passarão por esta experiência. Conta a minha história, a minha luta diária! É um projecto conjunto de Norberto Mourão e Olinda Guedes e surgiu no âmbito académico, é também um espaço de debate e entre-ajuda!
Contámos contigo! Porque a vida só tem sentido quando ajudamos alguém.
Quem quiser contribuir, por pouco que seja para a minha recuperação, desde muito obrigado
NIB: 0033 0000 45315828628 05
IBAN: PT50 0033 0000 4531 5828 6280 5
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Acerca de mim
- Biamputado
- Lisboa/ Vila Real, Camarate/ Mondrões, Portugal
- Como já se aperceberam, a minha situação infelizmente é muito complicada, tenho um longo e árduo caminho pela frente, caminho esse cheio de grande dificuldades, não só a nível físico como também financeiro, por isso peço ajuda a quem estiver interessado em contribuir com alguma coisa, por pouco que seja, para esta minha nova realidade...
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