Sejam bem-vindos!

Olá...sejam bem-vindos ao Biamputado....um blog de solidariedade.

Pretende-se torna-lo um espaço de esperança para com todos que passaram, passam ou passarão por esta experiência. Conta a minha história, a minha luta diária! É um projecto conjunto de Norberto Mourão e Olinda Guedes e surgiu no âmbito académico, é também um espaço de debate e entre-ajuda!
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Candidatura para o "Querido mudei a cozinha"

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Fisioterapia 178º dia (27 - 10 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje voltei novamente a levar as duas canadianas para a fisioterapia, isso porque estava a chover de manhã e era arriscado levar só uma, o meu treino também foi condicionado pela chuva, mas deu para fazer vários exercícios e com bons resultados.

Comecei o dia a descer a rampa e fui até à pedaleira de braços, coloquei a resistência no 5 e fiz 1000 pedaladas, depois fui até às barras, agarrei na tábua de Freemen e estive a treinar o equilíbrio, primeiro sem bola e mais tarde com ela, hoje consegui bater o meu record, foram 71 vezes seguidas sem precisar de me apoiar, a seguir encostei a tábua de Freemen, juntei as próteses e estive a dar um pequeno passo para a frente e para trás com a prótese do lado esquerdo, fazendo sempre a transferência do peso para cima da prótese esquerda, a seguir agarrei na canadiana e fui até ao corredor grande, a terapeuta foi comigo por precaução, uma vez que o chão estava molhado por causa da chuva, fui andando devagar e não tive problemas, ao chegar lá encostei a canadiana e estive a andar sozinho, sem qualquer apoio, percorri o corredor várias vezes, entretanto a terapeuta regressou e trouxe a bola com ela, comecei então a passar a bola para ela, mas antes de a passar dava um passo em frente, parava e só depois é que passava, fomos andando assim até ao fundo do corredor, depois comecei a andar e a passar ao mesmo tempo, sempre sem parar, desta forma é mais fácil, a seguir a terapeuta começou-me a passar a bola mais de lado e chegou mesmo a estar atrás de mim, eu não conseguia olhar para trás, nem mesmo olhar para o lado, só conseguia apanhar a bola porque me apercebia onde ela estava e dessa forma conseguia-a agarrar, entretanto a terapeuta foi até ao ginásio e eu continuei a andar por ali sozinho, sem me apoiar em nenhum lado, nem mesmo nas curvas, quando ela regressou deu-me e bola e disse-me de esticar os braços com a bola para cima, para começar a andar dessa forma, os primeiros passos foram complicados, mas depois fui andando melhor e ganhando confiança, depois parei no meio do corredor e dei-lhe a bola, mas tive de lha entregar nas mãos, mas ela foi trocando as mãos de posição, umas vezes mais em cima, outras mais em baixo e também mais para o lado, o mais difícil foi quanto tive de me tentar inclinar para a frente, não tenho confiança para me inclinar e por isso é muito difícil, a seguir tive de ir até ao meio do corredor, dando passos laterais, fui dando alguns passos para a direita e outras para a esquerda, até que parei mesmo no meio, nessa altura a terapeuta passava-me a bola, eu tinha de a rodar à volta da cintura e voltar a passar para ela, ela foi dificultando mais as coisas, porque foi mandando a bola para mais longe e eu tinha de esticar os braços para apanhar a bola, mas fui conseguindo apanhar sempre, depois voltei a andar e a passar a bola à terapeuta, mas desta vez a bater primeiro no chão, fui andando assim até ao fundo do corredor, depois a terapeuta meteu a bola no chão e fui-a chutando, primeiro até ao fundo do corredor e a seguir até ao ginásio, quando lá cheguei já lá estavam alguns médicos para a visita médica, acabei por isso ali o meu treino de hoje.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, embora estivesse a chover na rua, o corredor manteve-se seco e pude treinar sem grandes problemas. Muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Fisioterapia 177º dia (25 - 10 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje tive um dia excelente na fisioterapia, um dia repleto de novas pequena vitórias.

Comecei o dia a descer a rampa e fui até às barras, agarrei na tábua de Freemen e treinei o equilíbrio durante alguns minutos, depois a terapeuta deu-me a bola e estive a manda-la contra a parede, correu bem, cheguei a mandar 45 vezes seguidas sem me apoiar, a seguir arrumei tudo, juntei as próteses e fui dando um passo para a frente e para trás com a prótese esquerda, passando o peso para cima da prótese esquerda quando a avançava, quando acabei este exercício agarrei na canadiana e na bola e fui até ao corredor grande, encostei a canadiana e estive a andar sem apoios, entretanto a terapeuta chegou lá com os pinos, montou um circuito com eles e eu fui andando sem canadianas, percorrendo-o todo aos ziguezagues, com a terapeuta ao meu lado, depois dei a volta, passei o primeiro pino e a terapeuta disse-me para esperar por ela que ela tinha de ir ao ginásio, encostei-me ao corrimão, mas como me sentia bastante confiante decidi continuar o exercício, comecei devagar e acabei por conseguir acabar o exercício, a seguir fiz o mesmo percurso, mas desta vez com a canadiana e a andar de costas, consegui fazer tudo sem problemas, depois pousei a canadiana e fiz mais uma vez todo o percurso a andar de frente e sem qualquer apoio, quando cheguei ao fim chegou também a terapeuta e disse-me para fazermos um exercício novo, tive de fazer novamente todo o percurso, mas desta vez num dos pinos andava para a frente e no outro para trás, sem canadianas, para a frente não tive qualquer dificuldade, mas para trás foi muito diferente, nunca tinha andado dessa forma sem ser junto ao corrimão e mesmo aí não consigo dar muitos passos, sempre que tinha de andar para trás a terapeuta estava muito próxima de mim, para o caso de eu me desequilibrar, em todo o percurso só precisei de me apoiar duas vezes nela, o que foi muito bom, tendo em conta que nunca tinha andado assim, a seguir fiquei a andar por ali mais um bocado sozinho, percorri o corredor todo para os dois lados, voltei a fazer o circuito dos pinos e andei bastante tempo afastado das duas paredes, depois a terapeuta disse-me para fazer tudo o que ela fazia, tive de dar passos para os dois lados, para a frente, encostar o pé da prótese e a anca à parede, depois afastar-me, também tive de encostar o pé ao pé dela e a seguir começou-me a dizer para chutar os pinos, no início comecei a chutar devagar e a terapeuta disse para voltar a chutar, foi assim até o pino tombar, depois ela encostou esse e disse-me para andar até ao outro e chuta-lo, comecei então a tombar todos, quando já não havia mais a terapeuta foi levantando-os para eu voltar a chutar, fui assim até ao fundo do corredor, depois entrámos pela sala de espera do ginásio grande e seguimos pelo ginásio, até agora sempre que passava pelo ginásio grande tinha de me apoiar em algum lado, isso porque o piso é diferente, ligeiramente almofadado, o que altera a forma como o pé assenta no chão e dificulta o equilíbrio, mas hoje consegui passar sem qualquer desequilíbrio, sem tocar em lado nenhum e ainda tive de passar por cima de um fio da luz, depois saímos para o pátio e a terapeuta agarrou numa mangueira que existe ali e colocou-a para o meio, a seguir tive de passar por cima da mangueira, nas primeiras vezes pisei-a e até tive alguns desequilíbrios, mas depois tentei e consegui passar por cima dela sem lhe tocar, andei ali às voltas para passar por cima da mangueira, a terapeuta esteve sempre perto de mim e só precisei de me apoiar nela duas vezes, depois disse-me para esperar ali um bocadinho, eu estava no meio do pátio, sem nenhum apoio por perto, fiquei ali cerca de 5 minutos parado, no início foi muito fácil, mas aos poucos fui perdendo a confiança, precisei de focar pontos para me equilibrar e no fim já estava muito inseguro, com os braços abertos, nem conseguia focar nenhum ponto, já estava a chegar ao limite, estive quase para chamar a terapeuta, mas ela chegou a tempo, a seguir voltei a dar a volta e a passar por cima da mangueira mais algumas vezes e seguimos até ao ginásio, ao chegar lá eu parei logo na entrada e a terapeuta foi ter com outros amputados, eu precisava de atravessar o ginásio, mas não me estava a sentir seguro, então a terapeuta disse a uma auxiliar para me ir a "fazer sombra", que nem precisava de estar muito perto de mim, dessa forma consegui atravessar o ginásio até onde queria, a seguir fui até à porta na outra ponta do ginásio e voltei para o outro lado, pelo meio fui tendo alguns obstáculos que ultrapassei sem dificuldade, acabei depois por ali o meu treino.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, cheio de exercícios, muitos deles novos e no corredor já arrisco a fazer muitas coisas sozinho, como foi o caso do circuito dos pinos que nunca tinha feito sem apoios sozinho, mas onde ainda não em sinto confiante acabo por bloquear um pouco e preciso de tal "sombra" para me transmitir confiança. Muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Fisioterapia 176º dia (20 - 10 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje tive mais um dia muito intenso, fiz muitos exercícios, alguns deles novos, com eles vou aumentando a minha confiança.

Comecei o dia a descer a rampa e fui até à pedaleira de braços, hoje um dos amputados desafiou-me a aumentar mais a resistência, tentar meter no 8 que é máximo, eu disse que iria tentar, mas que não dava para fazer as 1000 pedaladas, a pedaleira não está fixa, por isso não deu para fazer com uma resistência tão alta, tive de baixar para os 6 e dessa forma só consegui fazer 300, depois baixei a resistência para os 4,5 e fiz mais 200, a seguir fui até às barras, agarrei na tábua de Freeman e estive a treinar o equilíbrio, depois agarrei na bola e comecei-a a manda-la contra a parede, hoje não consegui mandar muitas vezes seguidas, no máximo foram apenas cerca de 30 repetições, ao fim de alguns minutos arrumei a tábua e a bola, juntei as próteses e estive a dar um pequeno passo apara a frente e para atrás com a prótese esquerda, consegui fazer bem este exercício e fiz bem a transferência de peso para cima da prótese esquerda, no fim deste exercício agarrei na canadiana e fui até ao corredor, ao chegar lá tive de encostar todas as cadeiras de rodas, já não tenho qualquer dificuldade em fazer isso, depois encostei a canadiana e estive a andar sem apoios, atravessei o corredor para os dois lados, depois a terapeuta chegou lá com a bola, disse-me para segurar nela com as duas mãos e andar com ela encostada à barriga, percorri todo o corredor para os dois lados dessa forma, depois fiz o mesmo para os dois lados, mas desta vez com a bola atrás das costas, neste exercício precisei de parar várias vezes para descansar a zona das omoplatas, ficava muito cansado e com uma dor desconfortável, mas nunca precisei de me apoiar no corrimão, a seguir voltei a percorrer o corredor para os dois lados sem apoios, quando cheguei ao fundo a terapeuta deu-me a bola e disse-me para levantar e esticar os braços acima da cabeça e começar a andar, o primeiro passo é muito difícil de dar, mas a partir dai volto ao normal, à medida que ia andando a terapeuta ia-me dizendo para lhe dar a bola com as duas mãos, ela ia trocando de sítio e colocava as mãos dela em alturas diferentes para ser ainda mais difícil, mas acabou por correr bem e só precisei de me apoiar uma vez, a seguir estive a driblar a bola e percorri todo o corredor, depois encostei a bola de estive a andar mais um pouco sem apoios, atravessei o corredor novamente para os dois lados, depois fiz todo o corredor a andar para a direita e para a esquerda, andando aos ziguezagues, nunca tinha feito este exercício sozinho e acabou por correu muito bem, só precisei de tocar na parede logo na primeira vez que passei para um dos lados, depois nunca mais toquei e fiz muito bem as curvas, quando cheguei ao fundo aproximei-me do corrimão e fiz novamente todo o corredor, mas desta vez a andar de costas, correu muito bem, numa das partes até consegui dar bastantes passos sem me desequilibrar e apoiar no corrimão, entretanto quando acabei este exercício chegou lá a terapeuta, foi metendo a bola no chão e fui-a chutando, fizemos o corredor para os dois lados e quando acabámos já estava na hora da visita médica, agarrei na canadiana e fomos até ao ginásio, acabei depois por ali o meu treino.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, fiz bastantes exercícios, tem corrido tudo bastante bem e a confiança é cada vez maior. Muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Fisioterapia 175º dia (18 - 10 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje começou mais uma semana de fisioterapia, a partir desta semana já só vou dois dias por semana, à Terça-feira e Quinta-feira, por isso aproveito ainda mais o tempo de fisioterapia, hoje acabei o treino já completamente de "rastos", mesmo muito cansado.

Já deixei definitivamente uma das canadianas, por isso fui só com uma para o Hospital, desci a rampa apoiado ao corrimão e fui até à pedaleira de braços, coloquei a resistência quase no 5 e fiz 1000 pedaladas, a seguir a terapeuta disse-me para ir até ao pátio, ela tinha lá montado um circuito diferente do habitual, para descer o degrau do ginásio para o pátio precisei de fazer um pequeno apoio na parede, segui então para ao pé da terapeuta, ela estava junto a uma parte do circuito com vários paus no chão, paus esses que estavam paralelos uns aos outros, formando um pequeno corredor, simulando dois muros, eu tive de passar por ali a andar de lado e a canadiana também tinha de ir no meio dos paus, atravessei primeiro a andar para a esquerda e só dei um pequeno toque num dos paus quando estava a chegar ao fim, a seguir fiz o percurso para a direita e voltou a acontecer o mesmo no fim, um ligeiro toque praticamente no último passo, a seguir a terapeuta teve de ir tratar de outros doentes e eu fiquei a andar pelo resto do circuito, atravessei-o para os dois lados, depois fui para o degrau da entrada do ginásio e estive a tentar subi-lo sem canadiana e sem me apoiar, já à muito tempo que não fazia este exercício, acabei por nunca conseguir subir sem dar um ligeiro toque, no início também tive dificuldade para dar o impulso e subir, mas mesmo assim acabou por ser positivo, entretanto chegou lá a terapeuta, disse-me para me virar para ela e começar a andar sem canadiana, atravessámos o pátio, fiz o circuito dos pinos sem canadianas para os dois lados, consegui fazer todo o circuito sem tocar nos pinos e só precisei de me apoiar ligeiramente na terapeuta duas vezes, a seguir a terapeuta disse-me para ficar perto da parede enquanto ela ia fazer uma coisa ao ginásio, fui ficando por ali, mas o sol estava forte e decidi começar a andar até à porta do ginásio, segui sempre encostado à parede, inseguro, mas fui tentando andar a apoiar-me o mínimo possível, com a insegurança que sentia não dava muitos passos, mas o importante é que consegui andar sozinho ao longo de duas paredes até chegar à porta do ginásio, a seguir agarrei na canadiana e fui até ao corredor grande, a terapeuta disse-me para fazer todo o corredor a andar de costas, com a canadiana, consegui bastante bem, nunca tive a tendência de afastar as próteses, também nunca precisei de me apoiar e nunca me desequilibrei, quando cheguei ao fundo a terapeuta deu-me a bola e disse-me para começar a dribla-la, nesta altura já sem qualquer apoio, atravessei o corredor todo para os dois lados, depois encostei a bola e estive apenas a andar sem apoios, fiz o corredor várias vezes e nas curvas nunca me apoiei no corrimão, a seguir a terapeuta deu-me novamente a bola e estivemos a passar um para o outro, com a bola a bater sempre primeiro no chão, fui andando assim até ao fundo do corredor, depois ela disse-me para fazer um exercício muito difícil, andar com a bola atrás das costas, tive de atravessar todo o corredor dessa forma, os primeiros passos foram muito difíceis, depois comecei a andar melhor, fiz todo o corredor e só me apoiei umas 2 vezes, nenhuma delas por desequilíbrio, mas sim para aliviar as costas, ao andar assim fazia-me doer bastante as costas na parte de cima, quando cheguei ao fim a terapeuta disse-me para dar a volta, ainda com a bola nas costas, eu tentei, fiz um esforço muito grande, mas não consegui, ao estar com a bola atrás das costas ficava um pouco inclinado para a frente e já não conseguia avançar a prótese direita, acabei por ter de me apoiar ao corrimão para dar a volta, oo último exercício que fiz foi a chutar a bola, a terapeuta foi colocando a bola à minha frente, eu fui andando e posicionando-me de forma a conseguir chutar a bola, fomos assim até ao fundo do corredor, demos a volta lá no fundo da mesma maneira, voltámos a travessar o corredor todo, seguimos pelos corredores pequenos e só me apoiei na porta do ginásio, entrámos no ginásio, sempre a fazer o mesmo exercício e a terapeuta disse-me para parar mesmo no meio, sem ninguém por perto nem nada onde me pudesse apoiar, fiquei por ali cerca de 3 minutos parado, no início estava muito bem, mas aos poucos fui perdendo a confiança, tive de começar a abrir os braços para me ajudar a equilibrar e já estava a sentir que se ficasse mais algum tempo acabava por cair, era tudo psicológico, mas o que é certo é que já andava a abanar para a frente e para trás, assim que a terapeuta chegou ao pé de mim, meteu o braço dela ao alcance do meu e comecei a andar como se não tivesse chegado a parar, continuei então a andar até à parede e acabei por ali o meu treino.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, já acabei completamente de rastos, fiz muitos exercícios, uns novos, outros que já não fazia à bastante tempo, mas acabei o treino com um sentimento de dever cumprido, porque correu muito bem. Muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

domingo, 16 de outubro de 2011

Fisioterapia 174º dia (14 - 10 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje foi o último dia de fisioterapia desta semana, pela primeira vez fui só com uma canadiana para o hospital, o treinp hoje foi bastante diferente do normal, demos uma volta pelo hospital em ultrapassámos vários tipos de obstáculos, um deles merecia mesmo ter ficado registado através de uma fotografia.

Comecei o dia a descer a rampa, como ia só com uma canadiana desci-a apoiado ao corrimão, a seguir fui até à pedaleira de braços, coloquei a resistência quase no 5 e fiz 1000 pedaladas, de seguida fui até às barras, subi para cima da tábua de Freemen e estive a treinar o equilíbrio, depois fui buscar a bola, voltei a subir para cima da tábua e fui mandando a bola contra a parede, hoje correu muito mal este exercício, nunca consegui chegar às 20 vezes seguidas e a maior parte das vezes nem passei das 10, a seguir arrumei a bola e a tábua de Freemen, agarrei na canadiana e fui com a terapeuta e mais três amputados dar um passeio, saímos do nosso pavilhão, subimos a rampa, eu subi-a toda sem me apoiar no corrimão, virámos à esquerda e fomos por cima do passeio, este passeio tem estado em obras, por isso havia zonas em que as pedras da calçada estavam encostadas, tive de passar de lado nessa parte, mais à frente tive de passar no meio da terra e continuei até poder voltar a subir para cima da calçada, nessa altura a terapeuta foi buscar uma Sra amputada, enquanto isso esperámos por elas ali sentados nuns bancos, quando elas chegaram a Sra amputada sentou-se e nós fomos dar uma volta com a terapeuta, volta essa que tinha várias dificuldades, levantámos-nos dos bancos, atravessámos a calçada e também a parte que estava sem as pedras, descemos o passeio e seguimos para estrada, depois virámos à esquerda e andamos alguns metros, a seguir voltámos a virar à esquerda para entrarmos numa parte de terra e pedras, bastante irregular e seguimos até junto do muro do hospital, aí tivemos de passar por uma parte completamente diferente de tudo o resto, uma parte cheia de folhas que tinham caído das árvores, não se via o chão nem nos conseguíamos aperceber onde colocávamos os pés, eu fui levantando mais a prótese esquerda para nas arrastar as folhas, a prótese direita também tentei, mas fui sempre arrastando algumas folhas e isso dificultava um pouco a avançar da próteses, mas correu bastante bem, a seguir passei de lado entre dois carros e segui para os bancos, os outros foram pelo caminho mais a direito, mas eu preferi ir pela parte de trás de um pequeno lago(fonte) que há ali, nessa parte o piso é muito irregular, com vários buracos, terra por causa das obras e também cheio de folhas de uma bananeira, fui andando bastante bem e na parte da bananeira desviei as folhas com os braço para as conseguir passar, depois fizemos o caminho de regresso para o ginásio, voltámos a passar pela parte de terra, descemos o passeio e fomos pela estrada até à rampa, desci-a novamente apoiado no corrimão, segui até ao ginásio e acabei por ali o meu treino.

Foi assim o meu treino de hoje, andei muito tempo fora do pavilhão, em piso muito irregulares e diferentes, sobretudo aquele pelo meio das folhas, a partir da próxima semana vou passar a treinar só duas vezes por semana, às Terças-Feira e Quintas-Feira. Muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Fisioterapia 173º dia (12 - 10 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje tive um dia diferente na fisioterapia, aproveitámos este tempo fantástico que está agora e fomos dar um passeio pelo hospital. Na parte da tarde fui a uma consulta de cirurgia vascular para ver como está agora o braço esquerdo.

Comecei o meu dia a descer a rampa e fui até à pedaleira de braços, coloquei a resistência quase no 5 e fiz 1000 pedaladas, a seguir fui até às barras, agarrei na tábua de Freemen e estive a treinar o equilíbrio enquanto falava com uma médica que vai estar connosco durante 3 meses, fomos falando sobre o acidente, o processo de reabilitação, todo o caminho que tenho vindo a fazer desde o primeiro dia ali na fisioterapia (quase 2 anos) e também sobre todos os desportos que faço frequentemente (canoagem de competição, kitesurf, ginásio e handbikes), entretanto a terapeuta disse-me para ir-mos dar uma volta e para eu levar uma canadiana, fui andando até à rua e subi a rampa sem me apoiar no corrimão, depois virámos à direita e descemos outra rampa em direcção ao pavilhão de Oftalmologia, a rampa desci-a com uma mão na parede, a partir de meio nem precisava de apoiar a mão, mas preferi manter-me em segurança, uma vez que a borracha da canadiana estava muito gasta, entrámos no pavilhão e assim que meti a canadiana numa parte de mosaico liso ela escorregou, mas aguentei-me bem e ninguém se apercebeu, continuámos a andar até às escadas de ferro, desci-as apoiado ao corrimão e com a canadiana na mão direita, foi muito simples, para subir também foi muito fácil, a seguir voltámos para trás subi a rampa apoiado apenas na canadiana, mesmo na parte mais inclinada, parei depois encostado ao corrimão enquanto a terapeuta foi até ao ginásio, quando regressou estive a andar sem canadianas, tive de passar primeiro uma parte para o escoamento da água das chuvas, aí precisei de me apoiar na mão da terapeuta, virámos à esquerda e a partir dali fui sempre sem em apoiar, andámos cerca de 30 metros, dei a volta e voltámos para trás, ao dar a volta também não precisei de me apoiar na terapeuta, o piso ali não era completamente direito, tinha uma pequena inclinação lateral que não me afectava no equilíbrio, mas a prótese direita raramente passava para a frente da prótese esquerda, mas correu bem, ao chegar outra vez à parte onde comecei a andar sem apoios, também tive de me apoiar na terapeuta, tentei aguentar o máximo, mas precisei de um ligeiro toque na mão dela, a seguir desci a rampa com a canadiana na mão esquerda e apoiado no corrimão, continuei até à entrada do ginásio, encostei a canadiana, fui sozinho até ao fundo do corredor grande e voltei para trás, neste percurso não em senti muito confiante, a prótese esquerda estava um pouco rodada para fora, a forma de apoiar o pé no chão era diferente e isso dificultou bastante, mas acabei por conseguir atravessar os corredores até ao fundo, regressar para a porta do ginásio e ainda atravessei para o lado esquerdo e para o lado direito, a seguir entrei no ginásio e acabei por ali o meu treino.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, foi diferente, fomos dar uma volta pela rua e pelo serviço de Oftalmologia, andei com uma canadiana e sem nenhuma, fui às escadas e às rampas, acabou por ser um treino bastante completo. Na parte da tarde fui a uma consulta de cirurgia vascular para ver como está o meu braço esquerdo, o médico disse que estava muito melhor, a diferença é muito grande em relação à última consulta à 6 meses. Muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Fisioterapia 172º dia (10 - 10 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje começou uma nova semana de fisioterapia, continuei com os progressos e a confiança do último treino e fiz alguns exercícios novos.

Comecei o dia a descer a rampa e fui até à pedaleira de braços, coloquei a resistência quase nos 4,5 e fiz 1000 pedaladas, a seguir fui até às barras, subi para cima da tábua de Freemen e estive a treinar o equilíbrio, primeiro sem nada nas mãos, depois mandando a bola contra a parede, consegui várias séries de 30 e 40 repetições sem me apoiar, por último fui mandando a bola contra a parede e rodando-a de seguida à volta da cintura, hoje no máximo consegui 15 repetições seguidas, a seguir arrumei a tábua, juntei as próteses e fui dando um pequeno passo para a frente e para trás, correu bem este exercício, no fim agarrei numa canadiana e fui até ao pátio, a terapeuta tinha montado um circuito com os pinos, eu fiz-o 4 vezes, duas para cada lado, sem qualquer dificuldade e relativamente rápido, a seguir fui até ao corredor grande e estive a andar por lá durante algum tempo, passei várias vezes pelo outro sr. biamputado, tentei fazer sempre os movimentos com os braços e também fui olhando para a frente, depois chegou lá a terapeuta e montou ali um circuito com os pinos para nós voltarmos a fazer o exercício que tínhamos feito na última semana, andar de forma oblíqua entre os pinos, para a frente e para trás, eu fiz esse exercício para os dois lados com o auxílio de uma canadiana, correu bastante bem, as diagonais foram todas muito bem feitas, tanto para a frente como para trás, a seguir fiz novamente todo o percurso para um dos lados, mas desta vez a andar sempre de costas, quando cheguei ao fundo a terapeuta disse-me para fazer a última parte do exercício sem fazer as diagonais, para continuar na mesma de costas mas a fazer normalmente as curvas entre os pinos, consegui bastante bem, depois encostei a canadiana e continuei a andar normalmente pelo corredor, atravessei-o para os dois lados e ainda fui buscar uma canadiana ao outro lado do corredor para dar ao outro sr, ele ainda não consegue atravessar o corredor de um lado para o outro sem canadianas ou mesmo só com uma canadiana, consegui passar sem qualquer dificuldade e de forma bastante segura, a seguir percorri o corredor todo por aquele lado, até a terapeuta chegar ao pé de mim com uma bola, deu-ma para as mãos e fomos passando um para o outro até ao fim do corredor, depois disse-me para segurar a bola com as duas mãos junto da barriga e dar a volta, andar assim é bastante difícil, sempre que me desequilibro abro um braço ou os dois para me voltar a equilibrar, mas ao andar com a bola nas duas mãos e junto à barriga não era possível equilibrar-me dessa forma, tive de andar mais concentrado, percorri o corredor todo e só precisei de me apoiar na parede uma ou duas vezes, ao chegar ao fundo passei a bola para a terapeuta e ela disse-me para começar a andar com as mãos atrás das costas, não é nada fácil, voltei a ter o mesmo problema para me equilibrar e a postura não era a mais correcta, comecei a andar um pouco inclinado para a frente, acabei por conseguir fazer todo o corredor e só me apoiei na curva, mas ao chegar ao fim já me doía a zona da cervical por ter andado inclinado para a frente, agarrei depois na canadiana e voltei para o ginásio porque já lá estavam os médicos para a visita médica, acabei depois por ali o meu treino.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, voltei a passar o corredor de um lado para o outro sem qualquer problema e fiz exercícios novos que correram bem, principalmente aquele em que andei de costas a fazer o circuito dos pinos. Muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Fisioterapia 171º dia (07 - 10 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje foi o último dia de fisioterapia desta semana, foi um dia excelente, correu tudo muito bem e até já comecei a fazer sozinho o que nunca tinha feito.

Comecei o dia a descer a rampa e fui até à pedaleira de braços, coloquei a resistência quase no 5 e fiz 1000 pedaladas, a seguir fui até às barras, agarrei na tábua de Freemen e subi para cima dela, estive a treinar o equilíbrio durante alguns minutos, depois agarrei na bola e comecei a manda-la contra a parede, não consegui bater o meu record, mas consegui fazer várias séries com mais de 30 e 40 vezes seguidas, a seguir fiz o outro exercício onde para além de mandar a bola contra a parede, rodo-a de seguida à volta da cintura, este exercício correu muito bem, consegui várias vezes perto das 10 repetições e consegui uma vez mandar 18 vezes seguidas, depois encostei a tábua de Freemen, juntei as próteses e estive a dar o pequeno passo para a frente e para trás com a prótese esquerda, tive alguns desequilíbrios, mas porque quando dava o passo para a frente transferia o peso todo para cima da prótese esquerda, no fim deste exercício agarrei na canadiana e fui até ao pátio, desci o degrau sem tocar em nenhum lado e continuei até ao circuito que a terapeuta tinha feito com os pinos, fiz o circuito duas vezes para cada lado, não tive qualquer problema nas curvas e fiz a andar bastante bem, entretanto chegou lá a terapeuta, disse-me para encostar a canadiana e estivemos a andar durante bastante tempo sem apoios, atravessei o pátio várias vezes e para todos os lados, nas curvas nunca me apoiei, tive de dar uma volta à palmeira que existe ali no pátio, na parte que está mais perto da parede precisei de desviar algumas folhas para conseguir passar, mas não tive qualquer desequilíbrio ao desvia-las, a terapeuta também me fez parar várias vezes e voltar a andar, cheguei mesmo a ter de ficar parado no meio do pátio enquanto ela foi ver umas coisas, nessa altura estava lá outra terapeuta por perto, mas consegui-me aguentar muito bem, durante todo o tempo que estive a andar no pátio sem qualquer apoio só precisei de me apoiar na terapeuta duas ou três vezes e foram apoios muito ligeiros, quando as compensações que fazia para me equilibrar não eram o suficiente, de seguida fomos para o corredor grande e estive a fazer dois exercícios, no primeiro tinha de me inclinar para a frente e apoiar-me no corrimão, para a seguir dar impulso com os braços e equilibrar-me a direito, este exercício eu consigo fazer, mas só se me sentir seguro, não era o caso, tinha muito receio de cair para trás, assim que a terapeuta se meteu atrás de mim consegui logo, depois fiz outro exercício, encostar-me de lado à parede e desencostar-me sem usar os braços, quando encostava o lado esquerdo conseguia muito bem, mas quando tentei encostar o lado direito era muito mais difícil e para além disso a prótese batia na costela que esteve magoada, por isso parei de fazer para este lado, a seguir comecei a andar sem a terapeuta por perto, também lá estava o outro senhor biamputado, eu estava-me a sentir muito confiante, desviei-me dele sem qualquer problema ou hesitação, até me desviei mais para o meio do corredor, fui tentando fazer sempre os movimentos dos braços e hoje até consegui olhar mais em frente, depois de atravessar o corredor várias vezes o outro senhor ia voltar para o ginásio, eu não tinha ali nenhuma canadiana, mas sentia-me tão confiante que decidi arriscar e fui com ele, passei o corredor para o lado esquerdo e fui andando, não tive qualquer desequilíbrio, fiz muito bem a curva para o corredor pequeno, fui andando pelo meio, não me fez qualquer confusão passar à frente das portas, dei depois a volta no fundo e fiz todo o caminho até ao fundo do corredor grande, novamente sem qualquer dificuldade, passei o corredor da direita para a esquerda e vice-versa sem dificuldades, ao chegar depois à entrada para o ginásio a terapeuta ficou surpreendida por me ver ali e perguntou-me como é que tinha vindo, disse-lhe que fui sozinho e que nunca precisei de me apoiar, ela ficou contente e os médicos até ficaram surpreendidos por me verem a andar por ali sem apoios e completamente sozinho, depois fui para o ginásio, ali tinha de fazer uma curva à direita e desviar-me de outros amputados, estava com mais receio, mas a terapeuta disse que não tinha porque ter receio, que consigo sem qualquer problema e que já tinha feito várias vezes, fui andando e consegui sem dificuldades, parei depois para descansar um pouco encostado ao standing, a seguir a terapeuta disse-me para ir andando ali num pequeno percurso entre a parede e ela, tinha de acelerar e parar quando ela me dizia, ao chegar ao pé dela ou da parede tinha de dar a volta sem tocar em lado nenhum, só precisei de dar uma vez um pequeno toque na parede, por último tinha de dar passos laterais, atrás de mim tinha o standing, mas estava longe e à minha frente tinha a marquesa, mas estava muito baixa, ou seja, estava desamparado, enquanto tive alcance com a mão até à parede fui conseguindo andar, mas depois não consegui mais, parei e esperei pela terapeuta, ela depois meteu-se ao meu lado, eu dei mais dois ou três passos, foi até ela ter de ir fazer outra coisa, quando ela saiu dali não consegui dar mais nenhum passo para o lado e acabei por ali o meu treino.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, foi um dia excelente, nunca tinha andado sozinho pelos dois corredores, sem qualquer apoio e sem ninguém por perto, olhando agora para trás, relembro os momentos em que para passar à frente de uma porta ara muito difícil e agora não só passo à frente das portas como atravesso os corredores de um lado para o outro e os percorro de uma ponta à outra sem apoios. Muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Fisioterapia 170º dia (03 - 10 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje começou uma nova semana de fisioterapia e tive um dia cheio de exercícios e um foi novo.

Comecei o dia a descer a rampa e fui até à pedaleira de braços, coloquei a resistência quase no 5 e fiz 1000 pedaladas, a seguir fui até às barras, agarrei na tábua de Freemen e estive a treinar o equilíbrio, depois a terapeuta deu-me a bola e estive a manda-la contra a parede, este exercício correu bem, cheguei a mandar a bola 51 vezes seguidas, depois comecei a mandar a bola e a roda-la à volta da cintura, este exercício também correu bem, cheguei a mandar 10 vezes seguidas, já ia para a 11ª, este foi o último exercício com a tábua de Freemen, a seguir arrumei-a, juntei as duas próteses e estive a dar um pequeno passo para a frente e para trás com a prótese esquerda, quando acabei este exercício agarrei numa canadiana e fui pelo pátio até ao corredor grande, pelo meio desci o degrau para o pátio sem problemas, ao chegar lá encostei a canadiana e estive a andar durante bastante tempo sem apoios, fui tentando sempre fazer os movimentos com os braços, aos poucos ia olhando em frente, mas não é fácil, sinto-me um pouco desequilibrado, sempre que chegava ao fundo do corredor e tinha de dar a volta para o percorrer novamente, tentava dar a volta sem me apoiar no corrimão, na grande maioria das vezes consegui, pelo meio ainda tive de me desviar algumas vezes do outro senhor que também é biamputado, apesar a falta de confiança que ainda vou sentindo, já não é tão difícil passar ao lado dele e também já não preciso de me começar a desencostar tão cedo da parede, a seguir atravessei o corredor todo a andar de costas, hoje foi a vez que correu melhor, foi mais fácil recuar a prótese direita, que é a que recuo sempre em primeiro lugar, também não tive desequilíbrios tão grandes, os passos foram mais certos e até ligeiramente maiores, ainda não consegui andar muito sem me apoiar, mas as séries já começam a ser maiores e mais regulares, quando cheguei ao fundo a terapeuta já tinha feito um circuito com os pinos, hoje ela tinha preparado um exercício novo, tínhamos de fazer diagonais entre os pinos e de uma parede até à outra sem tocar nelas, sempre a andar para a frente e de seguida para trás, como tenho muitas dificuldades em andar para trás tive de fazer o exercício com o auxilio de uma canadiana, comecei então a fazer o exercício, as diagonais consegui-as fazer muito bem, no fundo dos pinos estava um banco, eu tinha de dar a volta ao banco a andar de costas, também correu bem, depois voltei a fazer todo o percurso, mas desta vez foi sempre de costas e sempre a fazer as diagonais entre as duas paredes, quando acabámos este exercício a terapeuta foi buscar a bola e cada um de nós (1 amputado e 2 biamputados) teve de ir até ao fundo do corredor a chutar a bola, neste exercício foi-me acontecendo uma coisa estranha, sempre que estou mais próximo de uma das paredes desequilibro-me muito mais facilmente, precisei mesmo de me apoiar duas vezes na parede, depois disso a terapeuta começou a meter a bola mesmo no meio do corredor, não dando hipóteses para me apoiar em nenhuma das paredes, nessa altura comecei a fazer muito bem o exercício, sem qualquer desequilíbrio e fui chutando a bola sem dificuldades, ao chegar o fundo dei a volta e fiz todo o corredor até à canadiana e voltei para o ginásio, já estava na hora da visita médica e acabei por ali o meu treino.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, muito preenchido, andei bastante pelo corredor e naquele exercício novo que tive de fazer com a canadiana acabei por me desenrascar muito bem. Muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

domingo, 2 de outubro de 2011

Fisioterapia 169º dia (30 - 09 - 2011)

Olá a todos os visitantes do "Biamputado".

Hoje foi o último dia de fisioterapia desta semana, mas também foi o primeiro em que consegui treinar sem limitações.

Comecei o dia a descer a rampa e fui até à pedaleira de braços, coloquei a resistência nos 4,5 e fiz 1000 pedaladas, a seguir fui até às barras, agarrei na tábua de Freemen e subi para cima dela, estive a treinar o equilíbrio em cima dela, depois agarrei na bola e fui-a mandando contra a parede, no início estava a ter muitas dificuldades, mas aos poucos melhorei e cheguei a fazer a minha segunda maior sequência de sempre, foram 56 vezes seguidas sem me apoiar, a seguir comecei a passar a bola à volta da cintura depois de a enviar contra a parede, hoje só consegui 7 vezes seguidas, quando acabei este exercício saí de cima da tábua de Freemen, juntei as duas próteses e fui dando aquele pequeno passo para a frente e para trás com a prótese esquerda, correu bem este exercício, quando o acabei agarrei numa canadiana e fui até ao corredor grande, mas pelo pátio, desci o degrau sem me apoiar em nenhum lado e segui então para o corredor grande, ao chegar lá comecei a encostar as cadeiras de rodas e comecei a andar sem apoios, atravessei o corredor várias vezes, sempre a ter o cuidado de fazer os movimentos com os braços e por vezes fui olhando em frente, foi correndo bastante bem e na maioria das voltas nem precisei de tocar no corrimão, depois fiz todo o corredor a andar de costas, já vou andando ligeiramente melhor, mas ainda são muito poucos os passos que dou seguidos em me apoiar, a seguir a terapeuta disse-nos para ir-mos (eu e outro amputado) dar uma volta até à rua, tanto eu como ele fomos sem canadianas, ele é amputado só de uma perna e já anda bastante bem, por isso a terapeuta foi-me sempre a acompanhar, saímos para a rua, subi a rampa encostando-me apenas com uma mão direita à parede, a seguir seguimos em frente até uns carros que estão estacionados mais à frente, aí a terapeuta disse-me para passar no meio deles a andar de lado e sem tocar nos carros, não era fácil e acabei por tocar uma ou duas vezes neles, mas no geral correu bastante bem, continuámos pelo meio dos carros até uma parte que tem umas rampas com corrimão nos dois lados, tentei subir sem me apoiar muitas vezes, mas não estava a conseguir dar muitos passos sem me apoiar, lá em cima virámos à direita e tive de subir outra rampa, esta era mais inclinada e não deu mesmo para subir sem estar apoiado, depois tive de descer, como o corrimão nesta rampa estava no lado esquerdo sentia-me mais confiante, rodei ligeiramente para a esquerda, dessa forma não havia uma grande probabilidade do joelho direito destrancar e consegui descer sem nenhum percalço, depois desci a outra rampa também sem problemas, entretanto a terapeuta foi com o outro amputado até ao ginásio e eu fiquei ali à espera dela, mas não fiquei parado, aproveitei para subir a primeira rampa mais duas vezes, na última subida consegui sem me apoiar no corrimão, a descer também consegui dar alguns passos sem me apoiar, mas é muito difícil, quando a terapeuta lá chegou voltámos para o ginásio e novamente pelo meio dos carros, tive de passar novamente de lado, mas desta vez precisei de me apoiar mais vezes, depois na parte a direito fui andando bastante bem, a seguir desci a rampa pelo lado esquerdo, apoiando-me à parede com a mão esquerda, mas não desci tão bem como já tinha descido noutras ocasiões, entrámos depois para o pavilhão e fomos até ao ginásio, não voltei a precisar de me apoiar em nenhum lado, ao chegar perto da porta do ginásio a terapeuta entrou e já não esperou por mim, fui andando pelo meio do ginásio completamente sozinho, tive de virar à direita e passar num espaço muito apertado entre uma cadeira de rodas e a marquesa, consegui bastante bem, apesar de estar com algum receio de me desequilibrar, parei depois quando cheguei ao standing e acabei por ali o meu treino.

Foi assim o meu dia de fisioterapia, estive um pouco trapalhão quando estive a andar na rua, sobretudo nas rampas, mas no geral correu bastante bem o dia. Muito obrigado a todos.

Norberto Mourão

Acerca de mim

Lisboa/ Vila Real, Camarate/ Mondrões, Portugal
Como já se aperceberam, a minha situação infelizmente é muito complicada, tenho um longo e árduo caminho pela frente, caminho esse cheio de grande dificuldades, não só a nível físico como também financeiro, por isso peço ajuda a quem estiver interessado em contribuir com alguma coisa, por pouco que seja, para esta minha nova realidade...