Olá a todos os visitantes do Biamputado.
É com muita tristeza que me vejo forçado a retirar o questionário à psicóloga Sónia Pinote.
Esta retirada prende-se com questões burocráticas, questões essas que tentarei resolver o mais breve possível e que se devem à necessidade de pedir uma autorização ao centro hospitalar para que os questionários sejam respondidos e publicados. Tanto os médicos, como a psicóloga, assistentes sociais e fisioterapeuta estão ligados ao hospital e dessa forma não poderão responder a qualquer tipo de perguntas que venham a ser publicadas sem terem uma autorização prévia para o fazer.
A intenção deste blog é a de contar a minha história, assim como informar as pessoas que estejam a passar ou possam vir a passar por situações semelhantes.
Muito obrigado a todos e desculpem-me pelo sucedido.
Norberto Mourão
Sejam bem-vindos!
Olá...sejam bem-vindos ao Biamputado....um blog de solidariedade.
Pretende-se torna-lo um espaço de esperança para com todos que passaram, passam ou passarão por esta experiência. Conta a minha história, a minha luta diária! É um projecto conjunto de Norberto Mourão e Olinda Guedes e surgiu no âmbito académico, é também um espaço de debate e entre-ajuda!
Contámos contigo! Porque a vida só tem sentido quando ajudamos alguém.
Quem quiser contribuir, por pouco que seja para a minha recuperação, desde muito obrigado
NIB: 0033 0000 45315828628 05
IBAN: PT50 0033 0000 4531 5828 6280 5
Pretende-se torna-lo um espaço de esperança para com todos que passaram, passam ou passarão por esta experiência. Conta a minha história, a minha luta diária! É um projecto conjunto de Norberto Mourão e Olinda Guedes e surgiu no âmbito académico, é também um espaço de debate e entre-ajuda!
Contámos contigo! Porque a vida só tem sentido quando ajudamos alguém.
Quem quiser contribuir, por pouco que seja para a minha recuperação, desde muito obrigado
NIB: 0033 0000 45315828628 05
IBAN: PT50 0033 0000 4531 5828 6280 5
quinta-feira, 27 de maio de 2010
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Subir e descer as escadas normais
Olá a todos os visitantes do "Biamputado"
Deixo-vos hoje mais um vídeo, no qual me podem ver a subir e a descer as escadas normais, ainda é muito difícil, mas já vou conseguindo.
Espero que tenham gostado, em breve voltarei a fazer outros vídeos.
Muito obrigado a todos.
Norberto Mourão
Deixo-vos hoje mais um vídeo, no qual me podem ver a subir e a descer as escadas normais, ainda é muito difícil, mas já vou conseguindo.
Espero que tenham gostado, em breve voltarei a fazer outros vídeos.
Muito obrigado a todos.
Norberto Mourão
domingo, 16 de maio de 2010
Serviços hospitalares
Como utente de um serviço de Saúde Publico, venho prestar algumas declarações quanto ao serviço prestado na Medicina Física e Reabilitação do Hospital de S. António dos Capuchos. O serviço para amputados, o que melhor conheço é um dos melhores na prestação dos cuidados necessários.
Sendo uma amputação sempre traumática para quem a sofre, existe uma equipe multidisciplinar que trata o doente, dando-lhe o apoio que necessita conforme a situação.
Uma amputação não escolhe idades e, por isso, encontram-se crianças que, geralmente sofrem de doenças congénitas ou apresentam ausência de membros; nos jovens, que geralmente sofrem acidentes graves; nas pessoas de meia idade sofrendo de acidentes traumáticos e infecções crónicas e os idosos que sofrem de diabetes com grangena, ou tumores malignos. Por tudo isto nos propomos dizer algo sobre este assunto de que fui protagonista e encontrei companheiros cujas amputações foram resultantes de todas estas situações.
Todos iniciamos com uma consulta de avaliação e onde são receitados os primeiros tratamentos conforme a necessidade, que pode ser proveniente de outras doenças, de que o doente é portador. Geralmente todos são dirigidos para o ginásio onde começam por fazer exercícios de levantamento dos membros inferiores e exercícios de fortalecimento dos membros superiores; seguem-se tratamentos com mangas de aperto para redução dos cotos e em caso de necessidade ultra-sons para inflamacções que existam. Depois, segue-se treino de marcha com ortoproteses e, finalmente massagens com creme e enfaixamento dos cotos. Os tratamentos são efectuados, por terapeutas com especialização especifica e auxiliares que nutrem muito carinho e dedicação pelos doentes, de modo que, já não existe profissional e doente, mas apenas dois amigos cujo trabalho tem a mesma finalidade, que é uma recuperação o mais completa possível, com mais ou menos duração, no tempo. Diariamente, os médicos visitam os seus doentes, informando-se do seu estado de saúde durante o tempo que estiveram fora do hospital, procurando resolver qualquer situação anormal, nem que seja preciso encaminhar para outros profissionais de saúde, consultas ou exames diagnósticos. Todo este interesse leva o doente a sentir-se bem e a confiar plenamente em quem o acompanha, nestes momentos tão dolorosos para a sua vida.
Quem precisa de transporte também lhe é fornecido pelos serviços hospitalares ou centros de saúde. Ao meu grupo calhou o serviço prestado pela ambulância da Fresénius, cujos tripulantes Luís e Daniel nos deixaram saudades que são para toda a nossa vida, pois a maneira afável de nos tratarem a alegria que nos transmitiam ao longo do percurso feito até ao hospital e na volta para casa nunca poderemos esquecer.
Quando chega a altura do receituário das próteses o tratamento passa a ser outro, pois inicia-se o processo de marcha, com meios auxiliares adequados, andar em passadeiras, subir e descer escadas, subir e descer rampas, caminhar em piso liso e no exterior, a fim de deixar o doente o melhor preparado possível para a vida do novo dia a dia.
Achamos que, em traços largos deixamos descrito, como é o dia a dia de um doente amputado,( de um ou dois membros), nesta Instituição de Saúde Pública da cidade de Lisboa.
Anderson
Sendo uma amputação sempre traumática para quem a sofre, existe uma equipe multidisciplinar que trata o doente, dando-lhe o apoio que necessita conforme a situação.
Uma amputação não escolhe idades e, por isso, encontram-se crianças que, geralmente sofrem de doenças congénitas ou apresentam ausência de membros; nos jovens, que geralmente sofrem acidentes graves; nas pessoas de meia idade sofrendo de acidentes traumáticos e infecções crónicas e os idosos que sofrem de diabetes com grangena, ou tumores malignos. Por tudo isto nos propomos dizer algo sobre este assunto de que fui protagonista e encontrei companheiros cujas amputações foram resultantes de todas estas situações.
Todos iniciamos com uma consulta de avaliação e onde são receitados os primeiros tratamentos conforme a necessidade, que pode ser proveniente de outras doenças, de que o doente é portador. Geralmente todos são dirigidos para o ginásio onde começam por fazer exercícios de levantamento dos membros inferiores e exercícios de fortalecimento dos membros superiores; seguem-se tratamentos com mangas de aperto para redução dos cotos e em caso de necessidade ultra-sons para inflamacções que existam. Depois, segue-se treino de marcha com ortoproteses e, finalmente massagens com creme e enfaixamento dos cotos. Os tratamentos são efectuados, por terapeutas com especialização especifica e auxiliares que nutrem muito carinho e dedicação pelos doentes, de modo que, já não existe profissional e doente, mas apenas dois amigos cujo trabalho tem a mesma finalidade, que é uma recuperação o mais completa possível, com mais ou menos duração, no tempo. Diariamente, os médicos visitam os seus doentes, informando-se do seu estado de saúde durante o tempo que estiveram fora do hospital, procurando resolver qualquer situação anormal, nem que seja preciso encaminhar para outros profissionais de saúde, consultas ou exames diagnósticos. Todo este interesse leva o doente a sentir-se bem e a confiar plenamente em quem o acompanha, nestes momentos tão dolorosos para a sua vida.
Quem precisa de transporte também lhe é fornecido pelos serviços hospitalares ou centros de saúde. Ao meu grupo calhou o serviço prestado pela ambulância da Fresénius, cujos tripulantes Luís e Daniel nos deixaram saudades que são para toda a nossa vida, pois a maneira afável de nos tratarem a alegria que nos transmitiam ao longo do percurso feito até ao hospital e na volta para casa nunca poderemos esquecer.
Quando chega a altura do receituário das próteses o tratamento passa a ser outro, pois inicia-se o processo de marcha, com meios auxiliares adequados, andar em passadeiras, subir e descer escadas, subir e descer rampas, caminhar em piso liso e no exterior, a fim de deixar o doente o melhor preparado possível para a vida do novo dia a dia.
Achamos que, em traços largos deixamos descrito, como é o dia a dia de um doente amputado,( de um ou dois membros), nesta Instituição de Saúde Pública da cidade de Lisboa.
Anderson
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Crónicas da paulito - "Deita cá para fora" (crónica 4)
O sistema de saúde em Portugal é uma autêntica anedota, isto porque, se gastam milhões em coisas sem importância e não se pensa que este dinheiro poderia servir para outras coisas.
Vejam só a festa que foi feita ao Sr. Papa Bento XVI? Nada contra e respeito todos os crentes, agora o que não entendo é o motivo por ser ter gasto quantias exorbitantes para que este senhor visite o nosso país. E paramos só porque ele vem cá? Então esse dinheiro todo não poderia reverter para a reconstituição de algumas unidades de saúde que apresentam inúmeras dificuldades? Pois se estávamos mal, agora estamos bem pior com a quantia que saiu do nosso governo para este evento gigantesco que não lhe encontro qualquer tipo de explicação.
As queixas por parte dos utentes acerca do nosso sistema de saúde são inúmeras, mas são raras as vezes que lhes prestam atenção.
Os médicos fazem o que querem, pois todos nós sabemos o tempo que temos de esperar que eles cheguem e, se decidirem sair a meio de uma consulta eles fazem-no. Não estou a generalizar, apenas a basear-me em situações pessoais e outras que tenho presenciado.
As listas de espera nos hospitais não terminam, não temos médicos, os enfermeiros são poucos e fazem greves atrás de greves, as maternidades fecham, isto são exemplos das inúmeras situações degradantes que se vivem no nosso país. Obrigam assim os utentes a usufruírem de serviços privados caríssimos e que muitos deles não conseguem pagar. Chegam a pedir empréstimos para pagar um direito do cidadão que é o direito à saúde. Isto é normal? Obrigam-nos a pagar o que temos e o que não temos para que tratem de nós?
Há muito para mudar. São necessários mais apoios aos utentes, pois ninguém tem culpa de adoecer ou que lhe aconteça algo e, se somos uma sociedade, devemos apoiar-nos uns aos outros. Logo o nosso governo devia apostar mais na saúde, em apoios psicológicos, físicos, isto é, dar ajuda aos utentes a todos os níveis, especialmente aos mais desfavorecidos. Não devíamos gastar as poucas economias que nos restam em eventos sem utilidade imediata, dar atenção ao que realmente nos faz falta. Se todos ajudarmos, um passo de cada vez fará toda a diferença.
Nunca é demais darmos atenção às necessidades básicas do nosso país.
Celeste Maria Pinheiro Pereira
Licenciada em Ciências da Comunicação
A frequentar o II ciclo de estudos em Ciências da Comunicação UTAD
Vejam só a festa que foi feita ao Sr. Papa Bento XVI? Nada contra e respeito todos os crentes, agora o que não entendo é o motivo por ser ter gasto quantias exorbitantes para que este senhor visite o nosso país. E paramos só porque ele vem cá? Então esse dinheiro todo não poderia reverter para a reconstituição de algumas unidades de saúde que apresentam inúmeras dificuldades? Pois se estávamos mal, agora estamos bem pior com a quantia que saiu do nosso governo para este evento gigantesco que não lhe encontro qualquer tipo de explicação.
As queixas por parte dos utentes acerca do nosso sistema de saúde são inúmeras, mas são raras as vezes que lhes prestam atenção.
Os médicos fazem o que querem, pois todos nós sabemos o tempo que temos de esperar que eles cheguem e, se decidirem sair a meio de uma consulta eles fazem-no. Não estou a generalizar, apenas a basear-me em situações pessoais e outras que tenho presenciado.
As listas de espera nos hospitais não terminam, não temos médicos, os enfermeiros são poucos e fazem greves atrás de greves, as maternidades fecham, isto são exemplos das inúmeras situações degradantes que se vivem no nosso país. Obrigam assim os utentes a usufruírem de serviços privados caríssimos e que muitos deles não conseguem pagar. Chegam a pedir empréstimos para pagar um direito do cidadão que é o direito à saúde. Isto é normal? Obrigam-nos a pagar o que temos e o que não temos para que tratem de nós?
Há muito para mudar. São necessários mais apoios aos utentes, pois ninguém tem culpa de adoecer ou que lhe aconteça algo e, se somos uma sociedade, devemos apoiar-nos uns aos outros. Logo o nosso governo devia apostar mais na saúde, em apoios psicológicos, físicos, isto é, dar ajuda aos utentes a todos os níveis, especialmente aos mais desfavorecidos. Não devíamos gastar as poucas economias que nos restam em eventos sem utilidade imediata, dar atenção ao que realmente nos faz falta. Se todos ajudarmos, um passo de cada vez fará toda a diferença.
Nunca é demais darmos atenção às necessidades básicas do nosso país.
Celeste Maria Pinheiro Pereira
Licenciada em Ciências da Comunicação
A frequentar o II ciclo de estudos em Ciências da Comunicação UTAD
terça-feira, 11 de maio de 2010
Biamputação vista pelas crianças - alguns desenhos
Olá a todos; seguem três desenhos feitos por uma criança. O principal objectivo desta iniciativa foi demonstrar que para as crianças não existe preconceito nem descriminação.Para ela a biamputação não é nada de relevante e aos seus olhos sou uma pessoas igual a tantas outras.
1º
2º
3º
Estes três desenhos foram feitos pela minha sobrinha, Tatiana Mourão
1º
2º
3º
Estes três desenhos foram feitos pela minha sobrinha, Tatiana Mourão
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Glossário de termos
Para os nossos leitores fica aqui um "esmiuçar" de alguns termos ligados a amputação de membros:
Amputação é a perda de um membro, ou parte dele, caracterizado pela perda ou comprometimento do osso, do feche neurovascular, do tecido muscular, das funções do membro, das sensações distais, refletindo sobre a imagem corporal e desempenho funcional” (Spencer, 2000).
A maioria das amputações resulta de trauma, doença vascular periférica (DVP), doenças vasoespasticas periféricas, infecções crônicas, lesões químicas, térmicas ou elétricas e tumores malignos ou de acidentes, muitos deles de cariz rodoviário. A decisão de amputar um MS pode ocorrer em resultado de uma lesão grave ou completa do plexo braquial.
As amputações dos membros superiores ocorrem em menor número que as dos membros inferiores, provavelmente por serem estas últimas ocasionadas por grande número de alterações vasculares.
Amputação funcional - É a amputação necessária, com o objetivo de proporcionar o melhor potencial para a reabilitação e eventual protetização, esta deve ser funcional e dar atenção distinta aos diferentes tecidos.
Candidatos ao uso de protése - A idade da pessoa, o estado clínico, o nível de amputação, a cobertura de pele, a condição da pele, o estado cognitivo e o desejo de uma prótese são fatores importantes ao tomar a decisão.
A informação sobre prótese e o programa de reabilitação devem ser providenciados antes da amputação, quando possível porque depois os medicamentos e a ansiedade podem interferir na capacidade da pessoa de processar novas informações. Uma discussão em equipe que inclua o paciente é vital para determinar se será feito uma prescrição para prótese ou não.
PROBLEMAS MAIS COMUNS RELATIVOS AO COTO DE AMPUTAÇÃO
· Sensação fantasma – os pacientes com amputação adquirida têm alguma forma de sensação fantasma que pode ser definida como experiência não-dolorosa na parte amputada. Essa sensação é máxima num curto período após a amputação, tendo sua intensidade diminuída com o passar do tempo, porém em alguns casos pode persistir por toda vida.
Pode ser difusa ou localizar-se em um determinado território correspondente a um nervo periférico.
· Dor fantasma – Atinge cerca de 5%da população amputada, sendo que alguns autores referem que aproximadamente 75% sentem essa queixa em algum período após a amputação. Pode se usar remédios e técnicas de relaxação para o controle da dor.
· Dor no coto de amputação – pode ser causada por má distribuição de força no encaixe (socket) da prótese, por pressões excessivas aplicadas sobre tecidos moles ou ainda decorrentes de neuroma doloroso.
· Neuroma doloroso – o tecido seccionado pode formar um neuroma (é uma inflamação de um nervo constituído pelo depósito de células e fibras nervosas na extremidade do nervo amputado gerando dor intensa) que pode tornar-se doloroso se estiver em contato com a pele.
· Alterações dermatológicas – causados por processo alérgico e falta de hidratação.
· Espículas ósseas – (proliferação óssea a partir da manipulação do periósteo na extremidade do coto) formado por coto mal revestido com tecido, quando causador de dor ou resultem em drenagem requerem cirurgia.
Para mais informação acerca da amputação de membros podem consultar http://tocupacional.wordpress.com/2008/08/10/amputados-de-membros-superiores-mmss/ (um excelente blog acerca da terapia ocupacional e cuja autora é Eliana Queiroz)
Amputação é a perda de um membro, ou parte dele, caracterizado pela perda ou comprometimento do osso, do feche neurovascular, do tecido muscular, das funções do membro, das sensações distais, refletindo sobre a imagem corporal e desempenho funcional” (Spencer, 2000).
A maioria das amputações resulta de trauma, doença vascular periférica (DVP), doenças vasoespasticas periféricas, infecções crônicas, lesões químicas, térmicas ou elétricas e tumores malignos ou de acidentes, muitos deles de cariz rodoviário. A decisão de amputar um MS pode ocorrer em resultado de uma lesão grave ou completa do plexo braquial.
As amputações dos membros superiores ocorrem em menor número que as dos membros inferiores, provavelmente por serem estas últimas ocasionadas por grande número de alterações vasculares.
Amputação funcional - É a amputação necessária, com o objetivo de proporcionar o melhor potencial para a reabilitação e eventual protetização, esta deve ser funcional e dar atenção distinta aos diferentes tecidos.
Candidatos ao uso de protése - A idade da pessoa, o estado clínico, o nível de amputação, a cobertura de pele, a condição da pele, o estado cognitivo e o desejo de uma prótese são fatores importantes ao tomar a decisão.
A informação sobre prótese e o programa de reabilitação devem ser providenciados antes da amputação, quando possível porque depois os medicamentos e a ansiedade podem interferir na capacidade da pessoa de processar novas informações. Uma discussão em equipe que inclua o paciente é vital para determinar se será feito uma prescrição para prótese ou não.
PROBLEMAS MAIS COMUNS RELATIVOS AO COTO DE AMPUTAÇÃO
· Sensação fantasma – os pacientes com amputação adquirida têm alguma forma de sensação fantasma que pode ser definida como experiência não-dolorosa na parte amputada. Essa sensação é máxima num curto período após a amputação, tendo sua intensidade diminuída com o passar do tempo, porém em alguns casos pode persistir por toda vida.
Pode ser difusa ou localizar-se em um determinado território correspondente a um nervo periférico.
· Dor fantasma – Atinge cerca de 5%da população amputada, sendo que alguns autores referem que aproximadamente 75% sentem essa queixa em algum período após a amputação. Pode se usar remédios e técnicas de relaxação para o controle da dor.
· Dor no coto de amputação – pode ser causada por má distribuição de força no encaixe (socket) da prótese, por pressões excessivas aplicadas sobre tecidos moles ou ainda decorrentes de neuroma doloroso.
· Neuroma doloroso – o tecido seccionado pode formar um neuroma (é uma inflamação de um nervo constituído pelo depósito de células e fibras nervosas na extremidade do nervo amputado gerando dor intensa) que pode tornar-se doloroso se estiver em contato com a pele.
· Alterações dermatológicas – causados por processo alérgico e falta de hidratação.
· Espículas ósseas – (proliferação óssea a partir da manipulação do periósteo na extremidade do coto) formado por coto mal revestido com tecido, quando causador de dor ou resultem em drenagem requerem cirurgia.
Para mais informação acerca da amputação de membros podem consultar http://tocupacional.wordpress.com/2008/08/10/amputados-de-membros-superiores-mmss/ (um excelente blog acerca da terapia ocupacional e cuja autora é Eliana Queiroz)
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Biamputação vista pelas crianças
Bom dia seguidores do Biamputado;
o nosso/vosso blog pretende lançar brevemente uma nova iniciativa: convidar crianças a desenhar o Norberto. O objectivo é simples: ver de que forma as crianças veem a biamputação. Desde já tenho uma certeza: as crianças são muito mais simples que nós os adultos e com certeza para elas ser biamputado ou não pouca diferença faz...vamos esperar pelos resultados!
o nosso/vosso blog pretende lançar brevemente uma nova iniciativa: convidar crianças a desenhar o Norberto. O objectivo é simples: ver de que forma as crianças veem a biamputação. Desde já tenho uma certeza: as crianças são muito mais simples que nós os adultos e com certeza para elas ser biamputado ou não pouca diferença faz...vamos esperar pelos resultados!
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Crónicas do Paulito - Deita cá para fora - Crónica 3
Escrevo este texto na madrugada do dia 28 de Abril. Este facto pode parecer inconsistente no contexto deste blogue, porém faz toda a diferença… pelo menos para mim e neste momento em particular.
Hoje a minha querida e linda filha de 3 anos e meio não foi atropelada por, atrevo-me…, milímetros. Naquele momento fiz… flash forward à vida. Vi, imaginei (sei lá!?) coisas que nunca havia pensado antes e que não quero aqui e agora reproduzir, mas que ainda me abalam algumas horas depois. Não obstante, refiro-me a algo que, felizmente acabou por não acontecer, mas que me deixou perfeitamente transtornado. E se tivesse acontecido? Como reagiria? A quem atribuiria a culpa? Como seria a vida da Maria a partir daquele momento? E a minha e da minha mulher?
Quando a Olinda Tuna, minha aluna na unidade curricular de Laboratório de Publicidade e Relações Públicas do curso de Mestrado de Ciências da Comunicação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, e no âmbito do trabalho de avaliação que teve que realizar para a referida unidade, sugeriu realizar um blogue… tive as minhas reticências, confesso. Não devido à natureza do formato do artefacto comunicativo a desenvolver, mas pelo conteúdo a explorar. Porém rapidamente interiorizei que o “cliente” poderia ser perfeitamente o Norberto Mourão, e, porque não, trazer uma causa social para a academia? E, porque não, conseguir que ela funcione na prática? Qualquer cliente aposta na comunicação esperando daí obter os respectivos benefícios em função dos objectivos que se propôs alcançar. E por isso, a sugestão da Olinda, para além de adequada aos objectivos da disciplina… é nobre! O Norberto, certamente, nunca nos seus piores pesadelos pensou em puder vir a estar biamputado. Mas está!
Desde os primeiros momentos até aos dias de hoje deve ter vivido na certeza de um futuro incerto, e é com gestos singelos, aliados à ciência, que o Norberto poderá ultrapassar esta situação na medida do razoável e emocionalmente possível.
Do meu teclado, já gasto pelo uso, escrevo: Força Olinda! E que essa força se reveja na qualidade do trabalho a desenvolver; que contagie o Norberto e que este blogue seja parte activa da sua motivação e recuperação, e nos traga de volta para a sociedade um homem igual aos demais, que um teve um dia… um dia infeliz, mas que tem muitos dias pela frente para ser… feliz!
Álvaro Lima Cairrão
Professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Hoje a minha querida e linda filha de 3 anos e meio não foi atropelada por, atrevo-me…, milímetros. Naquele momento fiz… flash forward à vida. Vi, imaginei (sei lá!?) coisas que nunca havia pensado antes e que não quero aqui e agora reproduzir, mas que ainda me abalam algumas horas depois. Não obstante, refiro-me a algo que, felizmente acabou por não acontecer, mas que me deixou perfeitamente transtornado. E se tivesse acontecido? Como reagiria? A quem atribuiria a culpa? Como seria a vida da Maria a partir daquele momento? E a minha e da minha mulher?
Quando a Olinda Tuna, minha aluna na unidade curricular de Laboratório de Publicidade e Relações Públicas do curso de Mestrado de Ciências da Comunicação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, e no âmbito do trabalho de avaliação que teve que realizar para a referida unidade, sugeriu realizar um blogue… tive as minhas reticências, confesso. Não devido à natureza do formato do artefacto comunicativo a desenvolver, mas pelo conteúdo a explorar. Porém rapidamente interiorizei que o “cliente” poderia ser perfeitamente o Norberto Mourão, e, porque não, trazer uma causa social para a academia? E, porque não, conseguir que ela funcione na prática? Qualquer cliente aposta na comunicação esperando daí obter os respectivos benefícios em função dos objectivos que se propôs alcançar. E por isso, a sugestão da Olinda, para além de adequada aos objectivos da disciplina… é nobre! O Norberto, certamente, nunca nos seus piores pesadelos pensou em puder vir a estar biamputado. Mas está!
Desde os primeiros momentos até aos dias de hoje deve ter vivido na certeza de um futuro incerto, e é com gestos singelos, aliados à ciência, que o Norberto poderá ultrapassar esta situação na medida do razoável e emocionalmente possível.
Do meu teclado, já gasto pelo uso, escrevo: Força Olinda! E que essa força se reveja na qualidade do trabalho a desenvolver; que contagie o Norberto e que este blogue seja parte activa da sua motivação e recuperação, e nos traga de volta para a sociedade um homem igual aos demais, que um teve um dia… um dia infeliz, mas que tem muitos dias pela frente para ser… feliz!
Álvaro Lima Cairrão
Professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
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Acerca de mim
- Biamputado
- Lisboa/ Vila Real, Camarate/ Mondrões, Portugal
- Como já se aperceberam, a minha situação infelizmente é muito complicada, tenho um longo e árduo caminho pela frente, caminho esse cheio de grande dificuldades, não só a nível físico como também financeiro, por isso peço ajuda a quem estiver interessado em contribuir com alguma coisa, por pouco que seja, para esta minha nova realidade...